Luiz Antônio Prósperi – 3 fevereiro (9h55) –
Torcedores (?) de Santa Cruz e Sport encheram de sangue as ruas do Recife no sábado (01/2). Uma barbárie a provar qual das facções organizadas era a mais medieval. Paus, ferro, pedras, pontapés a desfigurar cabeças. Madeira como instrumento fálico em corpos humanos pisoteados na sarjeta, estupro. Fúria e sordidez diante de vidas sem valia de um centavo. Bárbaros sem conhecimento rudimentar do que é ser civilizado. Tudo normalizado por federações, CBF, clubes, judiciário e governos.
A história se repete em todos os cantos do Brasil. Se arrasta há décadas. Paladinos da Justiça se apresentam a cada ato de violência extrema e nada de prático acontece.
Continuamos na mesma toada empilhando cadáveres, jovens feridos e mutilados atendidos em hospitais e mães chorando em casa.
A violenta ação de torcedores (?) no sábado, pouco antes do Clássico das Multidões entre Sport e Santa Cruz, não assusta mais. É só mais um capítulo da banalidade do mal que contamina milhares de jovens que vivem apartados da civilização e dignidade.
Sangue derramado no Recife vem um dia depois de o Brasil se debruçar na Vila Belmiro a dar boas-vindas a Neymar.
Vem um dia depois de ligas de clubes assinarem contratos de R$ 1,2 bilhão na venda de direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão 2025 a 2029.
Vem na semana em que a FIFA, por meio de documento oficial, registra gastos de R$ 2,2 bilhões dos clubes brasileiros na compra de jogadores e R$ 3 bilhões na venda em 2024.
Vem também na semana em que federações estaduais, Ministério Publico e afins se acertam para que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, possa cumprir seu mandado até 2026 sem problemas com a Justiça.
E, pasmem, mesmo com ruas vermelhas de sangue no Recife, Sport e Santa Cruz jogaram o tal Clássico das Multidões.
E no domingo (02/2) a CBF, sem dar um pio a respeito da carnificina no Recife, coroou o Flamengo campeão da Supercopa Rei na vitória (3 a 1) contra o Botafogo. Jogo que marca abertura da temporada 2025 do futebol brasileiro, apesar de os campeonatos Estaduais já a pleno vapor país afora. Tudo sob sol, suor, muita chuva e cerveja.
Matar ou morrer por causa do futebol não diz mais nada a ninguém. E que os bárbaros se despedacem nas ruas, avenidas, rodovias e ao redor dos estádios. A bola não para.
veja vídeo do portal g1:





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