Luiz Antônio Prósperi – 8 julho (13h05) –
Fluminense x Chelsea fecham hoje (08/7) o último embate entre europeus e brasileiros no Mundial de Clubes, isso se o clube inglês vencer. No caso de vitória do time de Renato Gaúcho, o capítulo final será na decisão do Mundial, domingo (13/7). E no balanço final dos confrontos entre as duas grandes forças do futebol internacional é certo que analistas de todos segmentos vão bradar: “Sim, se pode, jogar de igual para igual com os europeus”. Não chega a ser uma verdade absoluta.
A conversa aqui é outra, se você olhar as escalações dos times brasileiros contra o Chelsea no Mundial vai encontrar, no mínimo, uma curiosidade: os destaques dos clubes são jogadores sul-americanos.
Vamos ao Chelsea. Dois pilares do time no meio-campo são sul-americanos: Enzo Fernandez (argentino) e Moisés Caicedo (equatoriano). E ainda tem os brasileiros Andrey Santos (volante), titular contra o Palmeiras, e o atacante João Pedro, recém-contratado e que jogou no segundo tempo contra o Palmeiras.
Enzo na Seleção Argentina e Caicedo na Seleção do Equador jogam as Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2026 contra seleções que têm jogadores vitais em times brasileiros.
Veja o jogo de hoje: Chelsea com Enzo, Caicedo, Andrey Santos e João Pedro contra Fluminense com Arias (Seleção Colômbia), Bernal (uruguaio), Fuentes (colombiano) e Cano (argentino), mais Canobbio (seleção do Uruguai) e Soteldo (seleção da Venezuela) no banco de reservas – Freytes (argentino), titular da zaga, suspenso por cartão amarelo.
Na vitória de 3 a 1 do Flamengo contra o Chelsea na fase de grupos do Mundial, time carioca tinha Pulgar (seleção do Chile), Arrascaeta (seleção do Uruguai), Varela (seleção do Uruguai), Plata (seleção do Equador) e o goleiro Rossi (argentino) – sem falar de Gerson, Danilo, Leo Ortiz, Wesley e Alex Sandro, todos convocados na Seleção Brasileira com Ancelotti.
Na derrota 2 a 1 do Palmeiras para o Chelsea, time de Abel Ferreira tinha Richard Rios (seleção da Colômbia), Emiliano Martinez (seleção do Uruguai), Facundo Torres (seleção Uruguai), Giay (argentino) e Flaco López (argentino) – Gustavo Gomez (seleção do Paraguai) e Piquerez (seleção do Uruguai) estavam suspensos.
O Botafogo que derrotou o PSG tinha em suas fileiras e destaques: Barboza (argentino), Savarino (venezuelano), Montoro (argentino) e Joaquín Correa (argentino) e dois brasileiros negociados com o Nottingham Forest da Premier League: Jair Cunha e Igor Jesus.
Conclusão óbvia. Maioria dos protagonistas de times brasileiros neste Mundial de Clubes vem dos países vizinhos do Brasil na América do Sul. E forças da Europa, mais específico o Chelsea, têm sul-americanos como destaque.
Nossos brasileiros, nesse momento, parecem mais coadjuvantes a donos do time, os condutores.
Semifinal entre PSG e Real Madrid, quarta-feira (09/7), não fica longe. Zaga do PSG, atual campeão europeu, terá os brasileiros Marquinhos e Beraldo, jogadores de Seleção Brasileira. Do lado do Real Madrid, meia Valverde, um dos pilares do time espanhol, é da seleção do Uruguai e Vini Jr dispensa apresentações – Melhor do Mundo Fifa em 2024. E mais no banco: os brasileiros Eder Militão, Rodrygo e Endrick.
O debate alcança também os treinadores. Dos quatro clubes brasileiros, dois técnicos estrangeiros ficaram no meio do campinho. Os portugueses Renato Paiva (Botafogo), eliminado nas oitavas de final, e Abel Ferreira (Palmeiras), nas quartas de final. Dos brasileiros, Filipe Luis (Flamengo) saiu nas oitavas e Renato Gaúcho conhece daqui a pouco nesta terça-feira seu destino: volta para casa ou fica em Nova York para jogar a final do Mundial de Clubes, domingo.
Cenário mostra que jogadores brasileiros perdem de longe de jogadores de países vizinhos na América do Sul neste recorte do Mundial de Clubes.
E atual realidade dos clubes brasileiros escancara aposta em argentinos, uruguaios, colombianos, equatorianos e até venezuelanos.
A diferença para os europeus é que eles compram os sul-americanos mais caros, sem falar da leva de africanos bons de bola, e os nossos bebês que vão embora com 16, 17 anos … Estevão, Endrick, João Pedro, Vini Jr, Rodrygo, Savinho, Luiz Henrique …
Times brasileiros cada vez mais são verdadeiras seleções sul-americanas com excesso de jogadores estrangeiros.
Neste Mundial de Clubes é quase uma mentira dizer que o futebol brasileiro pode sim jogar de igual para igual o futebol europeu.
Único confronto entre um time europeu, com maioria de jogadores da Europa, no caso o alemão Bayern Munique, e um time brasileiro, o Flamengo com cinco jogadores de Seleção Brasileira, foi 4 a 2 para eles. Fácil.





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