Luiz Antônio Prósperi – 3 junho (22h35) –
Ancelotti deve escalar este time contra o Equador, em Guayaquil, sua estreia na Seleção Brasileira, quinta-feira (05/6): Alisson (Liverpool), Vanderson (Monaco), Marquinhos (PSG), Alexsandro (Lille) e Alex Sandro (Flamengo); Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle) e Gerson (Flamengo); Estevão (Palmeiras), Richarlisson (Tottenham) e Vini Jr (Real Madrid). Não é uma escalação muito diferente, digamos, do que Dorival Júnior escalaria. A encrenca é que Ancelotti é “estrangeiro” e Dorival brasileiro.
Ancelotti, o italiano, pode. Dorival, não. Nem é essa discussão.
A verdade é que temos uma geração de jogadores menos farta, em se tratando de selecionáveis. Gente de muito talento e quase nenhum extraclasse.
Diferença é o currículo de Ancelotti e Dorival, a mudança de paradigmas.
Futebol brasileiro hoje em dia não aceita técnico nacional. Prefere o de patente estrangeira.
Não que o treinador brasileiro não tenha estofo. Aliás, Dorival, Fernando Diniz, entre outros, não deram conta da tarefa no comando do escrete.
Assim como a maioria dos técnicos brasileiros em nossos clubes. Daí o sucesso dos estrangeiros. Em especial, os portugueses.
Jorge Jesus no Flamengo em 2019, Abel Ferreira há cinco anos no Palmeiras, Artur Jorge no Botafogo em 2024. E os que dão luz alta, como Leonardo Jardim no Cruzeiro e até Renato Paiva no Botafogo. E por aí vai.
Difícil entender esse Tsunami de técnicos estrangeiros no futebol pentacampeão. E mais ainda decifrar a origem do enorme maremoto.
Mas é solar observar que os europeus estenderam suas colônias, antes territoriais e hoje de material humano. Perdemos a capacidade de produzir conteúdo?
Primeiro levam as nossas crias cada vez mais cedo. Meninos moleques de 15, 16 anos… quando contemplam maioridade.
E agora fincam treinadores e volumosas comissões técnicas nos centenários clubes nacionais.
Assumem postos e ampliam soberania no comando dos times.
Contam com apoio sem precedentes da mídia esportiva sempre pronta a rotular de ultrapassados os técnicos brasileiros.
Inibem e deixam sem voz os treinadores “nativos”.
Acovardados, nossos técnicos aceitam a dura realidade e assumem mesmo que estão ultrapassados.
Nave-mãe CBF dá de ombros. Cobra um fortuna para formar novos treinadores nos seus cursos da CBF Academy. E adeus professores.
Faltava apenas um último golpe fatal. Um punhal. Entregar a Seleção Brasileira, nosso coração sagrado, a um gringo.
Dito e feito. Carlo Ancelotti desembarca no escrete como o novo messias – a ser adorado nos altares do futebol pentacampeão do mundo.
Então, todos somos Ancelotti. Eles conseguiram.





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