Brasil sofre com Dunga

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Dois jogos, dois empates por 2 a 2 contra Uruguai, em casa, e Paraguai, fora. Resultados que deixam o Brasil na sexta posição nas Eliminatórias da Copa de 2018. Há quem goste. O problema nem é a classificação e sim o futebol que o time do Dunga tem apresentado.

O conceito do nosso jogo está superado, não representa em nada a marca consagrada da seleção brasileira. E não será com Dunga, ainda aprendiz de treinador, que vamos retomar o jogo bonito, bem jogado, vencedor.

Nem venham com a desculpa de que não temos mais talento. Mesmo se tivesse, não seria com Dunga a retomada. Dunga é a tradução perfeita do futebol praticado na Copa de 94 na conquista do tetra. Aliás, o Brasil continua refém do time de 94.

Veja o retrospecto: em 94, tínhamos Parreira e Zagallo, em 98, Zagallo; em 2002 quebramos a sequência com Felipão e conquistamos o penta. Em 2006, voltam Parreira e Zagallo. Dunga, herdeiro dos dois, assume em 2010. Antes do 7 a 1, tínhamos Felipão e Parreira, de novo. E agora voltamos com Dunga e asseclas da turma de 94. É dose.

Nessa volta de Dunga, com o retrocesso do retrocesso, continuamos sem encantar. Insistimos com Luiz Gustavo e Fernandinho, inexpressivos em posições fundamentais do time. A seleção não anda. E só tira proveito quando o adversário recua ou se oferece ao Brasil como o Paraguai fez no segundo tempo nesta terça-feira.

E a cortina se fecha com a falta total de comando na CBF, sem alguém qualificado para fazer uma análise criteriosa do trabalho de Dunga nessa sua segunda passagem pela seleção. É um vazio imenso. A treva. Há quem goste.

Por exemplo, o coordenador da seleção, o ex-empresário Gilmar Rinaldi. “Estamos felizes com a ousadia de Dunga, com a coragem.” Ousadia? Vamos mudar de assunto. Nos acostumamos a aplaudir a escuridão.