
Zinedine Zidane repete escalação conservadora do Real Madrid e avança à semifinal da Champions League graças ao talento e à sorte de Cristiano Ronaldo, autor dos três gols na vitória por 3 a 0 contra o Wolfsburg na capital espanhola – no jogo de ida o time alemão havia vencido por 2 a 0 e o Real teria de fazer no mínimo três gols sem levar nenhum para se classificar. O português resolveu.
Com um piscar de olhos, Cristiano Ronaldo pulverizou a excelente vantagem que o Wolfsburg havia construído no jogo de ida na Alemanha. O português tirou proveito de uma falha da zaga, aos 16 do primeiro tempo, e, de cabeça, fez o segundo gol, aos 17. Dois gols em dois minutos.
Se esperava por uma avalanche do Real Madrid após a tormenta provocada pelo craque português. Mas, o Wolfs, com os brasileiros Naldo, Dante, Luiz Gustavo e Bruno Henrique, voltou à respiração normal em cima de uma deficiência crônica do time dirigido por Zinedine Zidane: a enorme dificuldade de Modric e Kross saírem para o jogo com criatividade.
Modric e Kross têm bom poder de síntese e não têm quase nada de criatividade. Fecham bem o meio-campo e carregam a bola até o ataque como dois burocratas. Agindo assim, eles não conseguiram ligar o trio BBC. Não fosse pela astúcia de Cristiano Ronaldo e o Real teria muita dificuldade para sufocar o time alemão.
Do outro lado, o Wolfs deu sorte ao avesso quando perdeu seu principal jogador, o avante Draxler (saiu machucado). Sem Draxler, o time deixou de ser agudo, passou a trocar mais passes e envolveu o adversário. Teve até a chance de espetar um gol, não fosse a grossura ou falta de agilidade do brasileiro Bruno Henrique.
Ainda sobre o Real Madrid, Casemiro quase não apareceu. Cuidou da marcação e distribuiu seus costumeiros passes laterais. Pouco chegou ao gol dos alemães no primeiro tempo.

Na segunda parte do jogo, o Real Madrid avançou suas peças no tabuleiro inimigo. Zidane inverteu os papéis de Casemiro e Modric. Amassou o Wolfsburg até conseguir uma falta de Luiz Gustavo em Modric na entrada da área. Cristiano Ronaldo bateu fraco, a barreira abriu e iludiu Bernaglio. Era o terceiro gol do português, o gol da classificação do Real à semifinal da Champions.
Criticado em Madri pelas opções equivocadas no primeiro jogo, Zidane tem de acender uma vela aos céus e umas dez a Cristiano Ronaldo – autor de 93 gols na Champions, 16 só nesta temporada 2015/2016. Sem o craque, o Real estaria eliminado.