Vencer fora de casa é obrigação aos postulantes ao título do Campeonato Brasileiro. Em cinco rodadas, o Palmeiras havia acumulado duas derrotas longe de seu estádio. Neste domingo (05/6), no Mané Garrincha em Brasília, começou a reverter essa desvantagem com a vitória por 2 a 1 contra o Flamengo, com recorde de público nesta temporada de 2016 – 54.665 pagantes, renda de R$ 2.828.565,00.
Deste triunfo do Palmeiras, que se garantiu no G-4 a um ponto do líder Corinthians, a de se destacar mais uma vez a atuação de Cuca. O técnico iniciou a partida com a formação usada no segundo tempo contra o Grêmio, quando seu time amassou a boa equipe gaúcha, com o tridente Roger Guedes, Dudu e Gabriel Jesus.
Dominou o primeiro tempo e poderia ter saído com a vantagem parcial, mas ficou no 1 a 1 – gols de Gabriel Jesus, aos 2; e Alan Patrick, aos 5.
No segundo tempo, o Flamengo voltou mais aceso. Marcou a saída de bola e por 17 minutos teve o controle do jogo. Aí apareceu Cuca. Tirou o voante Matheus Sales e mandou Luan, aquele de 2012 da época do Felipão, a campo. Luan foi para a ponta-esquerda. Moisés recuou para dar mais agilidade e qualidade na saída de bola.
Essa mudança veio seguida de outra, quase imediata, de Cleiton Xavier no lugar de Roger Guedes. O Palmeiras passou a ter três bons passadores no meio – Xavier, Moisés e Tchê Tchê – e Dudu foi jogar aberto, carregando a marcação do volante Márcio Araújo. Bom para Cuca. Com essa disposição, anulou o Flamengo.
Zé Ricardo, treinador do time carioca, havia apostado na velocidade de Cirino no lugar do garoto Vizeu para prensar o rival ao lado de Fernandinho e Everton. Mas, quando percebeu que o time de Cuca havia assumido o controle do meio-campo, trocou Everton por Mancuello. Já era tarde.
A ARBITRAGEM
A equipe paulista, na base de troca de passes curtos e triangulações, havia ocupado o campo carioca. Gols seriam questão de tempo. Poderia ter saído em um pênalti não marcado, com Léo Duarte desviando com a mão cruzamento de Luan, por volta dos 20 minutos.
Aliás, a torcida, mais do que os dirigentes do clube, reclama de uma série de erros da arbitragem contra o Palmeiras neste Brasileirão.
Aos 26, não teve jeito. O zagueiro Cesar Martins, de mão trocada, fez a defesa mais bonita do jogo em chute de Gabriel Jesus. Pênalti e Martins foi expulso. Jean converteu: 2 a 1.
Com 2 a 1, o Palmeiras segurou ainda mais as rédeas do jogo e não deu a mínima chance de reação ao Flamengo, conquistando a primeira vitória fora de casa em seis rodadas.
Três pontos que vieram, mais uma vez, com a leitura do jogo perfeita de Cuca. Se continuar nessa toada, pode sim se candidatar a ser campeão.
“Apesar desse time ser novo, de molecada, eles mostraram que não precisava correr com a bola, não precisava se expor. Eles ficaram com a bola e não se desgastaram. Isso é bom. Não é necessário aquela correria desenfreada em busca do gol”, disse Cuca.
INCIDENTE E MORTE
No intervalo do jogo, facções organizadas de Flamengo e Palmeiras entraram em confronto nos corredores internos do estádio. A Polícia Militar agiu e gastou tubos de gás pimenta e gás lacrimogêneo para conter o vandalismo. Muitas crianças de colo foram levadas por seus pais aos postos médicos no estádio. Jogadores sentiram o efeito do gás no campo. A PM informou que 30 palmeirenses foram detidos.
No fim da noite, informações não oficiais, davam conta de que um torcedor morreu vítima de ferimentos na batalha entre torcidas.
Antes do confronto, cabe lembrar que não houve separação de torcedores comuns. Flamenguistas se sentaram ao lado de palmeiras. Entre os vândalos, impossível. Mesmo apartados no estádio, longe uma da outra, as organizadas deram um jeito de trocar “confidências” na base da pancadaria.