O México mostrou autoridade na estreia na Copa América Centenário. Como se estivesse em casa, tamanha imensidão de mexicanos em maioria esmagadora no estádio Glendale Arizona, derrotou o Uruguai por 3 a 1 em uma partida de altíssima voltagem os 90 minutos.
A vitória poderia ser tranquila. Quem olha apenas para o placar de 3 a 1 pode se iludir. O time mexicano jogou pelo menos uns 25 minutos do segundo tempo com um a mais, após a expulsão de Vecino no finalzinho do primeiro tempo, cedeu o empate e por pouco não leva a virada. Apenas nos minutos finais ampliou a contagem com dois gols, entre os 40 e 46 minutos.
O JOGO
No primeiro tempo, o México teve o domínio absoluto. Jogou com velocidade, aberto nas pontas de onde saiu um intenso bombardeio na área uruguaia. Aos 3 minutos, vencia por 1 a 0 – gol contra do lateral Álvaro Pereira, ex-São Paulo. Impressionou como chegou fácil na zona de gol do Uruguai.
Era assustadora a diferença de ritmo dos dois times. Enquanto os mexicanos avançavam como uma manada, a Celeste não conseguia sair do lugar. Viveu de esticar bolas para o solitário Cavani e pouco incomodou o goleiro Talavera.
Do lado do México, Juan Carlos Osorio – lembra dele no São Paulo? -, impôs um esquema com três zagueiros altos e experientes e um intenso movimento entre os cinco meio-campistas, quase como um carrossel, a confundir a marcação dos uruguaios. Um passeio.
Para impor mais dificuldade ao time de Oscar Tabárez, o volante Vecino foi expulso no finalzinho do segundo tempo. Um problema a mais a um time atordoado e sem poder contar com o astro maior, Luis Suárez, fora de combate recuperando-se de uma lesão.
No segundo tempo, Tabárez voltou com o volante Álvaro González no lugar de Lodeiro, que tinha função mais ofensiva. Foi o jeito que encontrou para rearrumar a casa.
A mudança fortaleceu a marcação e a saída de bola. Mesmo com um a menos, o Uruguai empurrou o México para trás. Antes dos 15 minutos, perdeu um gol feito em arrancada de Godín, em boa trama com Cavani, que Rolán desperdiçou. Foi o último lance do meia Rolán – saiu substituído pelo atacante Hernandez.
Desesperado, Osorio fez duas alterações na tentativa de reconquistar o mei0-campo e retomar as rédeas do jogo. Trocou de atacantes com Aquino dando lugar a Lozano. Depois tirou Corona do ataque e lançou o meia Dueñas.
De nada adiantou. O Uruguai se impunha com raça e muita coerência tática. Não havia mais bola esticada. A estratégia, mesmo em desvantagem numérica, era chegar ao gol em troca de passes em alta velocidade até a zona de gol.
Se estava ruim aos mexicanos ficou pior ainda com a expulsão de Guardado, ao levar o segundo amarelo em uma falta na lateral. Sánchez cobrou e Godín subiu para marcar de cabeça e empatar. Um gol com a marca Celeste e um cala-boca na imensidão de torcedores do México em expressiva maioria no estádio Glendale Arizona.
Após o gol de empate, o Uruguai quase virou com Cavani. Depois bateu o cansaço. O México foi para cima e nos minutos finais fez 2 a 1, com Rafa Marques, e 3 a 1, com Herera. Triunfo de quem pensa em brigar pelo título.