Palmeiras e Santos, sem ousadia, iludiram mais de 40 mil torcedores no Allianz Parque

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Mina celebra seu gol, o primeiro do clássico

Palmeiras e Santos fecharam a 14.ª rodada do Brasileirão com um empate inodoro por 1 a 1. Nenhum dos times arriscou, muito menos explorou todas suas virtudes. Entre os técnicos, Cuca perdeu dois jogadores por lesão ainda no primeiro tempo e ficou sem ação quando sofreu o empate e não tinha mais peças para mexer. Dorival, burocrático, não quis correr risco. Por isso, o clássico não teve sabor.

Nem mesmo a presença de Tite, técnico da Seleção Brasileira, nas tribunas do Allianz Parque empolgou os jogadores. Cada um quis cumprir com seu dever, sem um pingo de ousadia. O Palmeiras continua líder, com um ponto a mais que o Corinthians. E o Santos encostou no G-4.

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Mina chora sua dor com lesão na coxa

ANÁLISE DO JOGO

Primeiro tempo com poucas chances de gol e nada vistoso. Palmeiras, como sempre faz na sua casa, saiu forte nos minutos iniciais em busca do gol. Conseguiu na bola parada no escanteio batido por Dudu para Mina, no último andar do Allianz Parque, marcar de cabeça, aos 6 minutos. E dali para frente se ateve a não deixar o Santos jogar a procurar o segundo gol. Uma estratégia nítida de quem confia, e muito, no seu contra-ataque – mesmo sem os rápidos Gabriel Jesus e Roger Guedes, suspensos.

Se estabeleceu então o clássico com o Santos tendo a posse de bola, fiel à troca de passes, ampliando seu domínio até alcançar a zona de gol defendida por Prass. O problema é que o Palmeiras criava um obstáculo atrás do outro a impedir aos santistas o campo livre para manobrar.

Em situações como essas, o craque deveria estar presente. Lucas Lima, muito marcado por Matheus Sales e Tchê Tchê, não teve como fazer a bola sair redonda de seus pés. Em alguns momentos, até tropeçou. Não raro lamentou seus erros. Sem Lucas Lima, o Santos pouco criou nos primeiros 45 minutos.

Até então imbatível na sua arena, o Palmeiras teve sérios problemas. Moisés pediu para sair antes dos 10 minutos de jogo. Aí cabe uma ressalva. Ele havia feito um teste no vestiário. Seria prudente deixá-lo no banco e escalar gente mais inteira. Cuca quis correr risco e pagou caro. Moisés saiu e entrou Arouca, que havia passado por cirurgia no joelho e não jogava há mais de 50 dias. O time perdeu força e saída de bola.

Ainda nos últimos minutos do primeiro tempo, Mina esgarçou os músculos da perna esquerda e cedeu seu posto a Edu Dracena. Cuca fechava a etapa com duas substituições queimadas.

No segundo tempo, o Santos partiu para cima. Lucas Lima recuou para atrair os volantes do Palmeiras e abrir um clarão no meio. Por ali o caminho estava aberto para Gabriel. Em uma investida, fez o gol em chute desviado em Vitor Hugo.

Antes do gol de Gabriel, o Palmeiras reivindicou um pênalti de Zeca, ignorado sem razão pelo árbitro Hilton Sampaio.

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Cuca trocou Barrios por Leandro Pereira em busca de mais mobilidade no ataque. A mudança não provocou uma revolução no seu time. O Santos ampliou sua posse de bola, empurrou o adversário, mas sem muito impacto. Parecia satisfeito com o empate, embora tenha procurado mais o ataque.

Ao perceber que o adversário assumiu o controle do jogo, restou a Cuca gritar com seus jogadores em busca de mais organização na saída de bola. Dorival Júnior se limitou a trocar Vitor Bueno por Copete, nada mais burocrático. E não teve coragem de arriscar mais sabendo que os meias e volante do Palmeiras estavam exaustos, em especial Arouca. Dorival deixou para mudar no último minuto do jogo. Ridículo. Quando Joel e Yuri entraram o árbitro já estava com o apito na boca para encerrar o clássico.

Ao Santos ficou a sensação de que poderia ter sido mais ambicioso. Ao Palmeiras, o aviso de que este não era jogo para apostar no imponderável, com jogadores fora da plenitude física. Na hora de fechar a conta, Cuca disse que o empate foi um bom resultado.

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FICHA DO JOGO

Palmeiras 1 x 1 Santos

Gols: Mina, aos 6 minutos do primeiro tempo; Gabriel, aos 10 minutos do segundo tempo.

Palmeiras: Fernando Prass, Jean, Mina (Edu Dracena), Vitor Hugo e Zé Roberto; Tchê Tchê, Matheus Sales e Moisés (Arouca); Dudu, Barrios (Leandro Pereira) e Erik. Técnico: Cuca

Santos: Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato e Lucas Lima; Gabriel (Yuri), Rodrigão (Joel) e Vitor Bueno (Copete). Técnico: Dorival Júnior

Juiz: Hilton Sampaio
Cartões amarelos: Moisés, Gabriel, Erik, Zeca, Arouca
Renda: R$ 2.847.298, 80
Público: 40.035 pagantes (recorde de público no estádio)
Local: Allianz Parque.

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