Diego Souza, o gol beleza

Personagens do Brasileirão 2016 – perfil (1)
Meia do Sport Recife acumula coleção absurda de gols bonitos e se reinventa como um dos destaques e artilheiros do campeonato

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Diego Souza nasceu para fazer gols bonitos. Não importa o clube, momento do time, se a vitória é vital ou não. Sua ambição é destruir a reputação dos goleiros. Bate na bola com raiva e carinho. Muitas vezes sem que a esfera caia na relva. Nesta segunda-feira (07/11), juntou mais dois golaços à coleção de pequenas obras-prima e destruiu o Grêmio em Porto Alegre. E assumiu a artilharia do Brasileirão com 13 gols, ao lado de Fred. Ele é assim. Irado quando perde com erros alheios e comum quando vence, Diego faz do futebol o mesmo que artistas plásticos criam das imagens.

Se fosse pretensioso, estaria fácil nas listas de Tite. Não fosse a indolência, uma certa preguiça, seria glorificado pelas torcidas. Como, parece, não tem a menor vontade de ser ídolo das multidões, toca sua vida em clubes onde se sente bem. Neste caso, adotou o Sport do Recife como se fosse seu. Ali pode elaborar seus gols, suar sangue e jogar com prazer.

Muitas vezes consegue ser amado e odiado ao mesmo tempo. O gol perdido contra o Corinthians, quando vestia a camisa do Vasco na Libertadores de 2012, rendeu júbilo dos corintianos e fel grosso dos que não gostariam de ver o Corinthians levantar a taça. Este gol que não fez, quando arrancou do seu campo e ficou cara a cara com Cassio, rendem homéricas discussões até hoje.

Não importa. Diego Souza, aos 31 anos, não está nem aí com seus pecados. Sua vida é andar por aí pregando a beleza insuspeita de seus gols. No seu rastro, goleiros não podem ter tempo de reagir. Só podem olhar para trás e ver a rede balançando. Sublime prazer.

Uma vez, no velho Palestra Itália, o Parque Antártica do Palmeiras, ele enquadrou o goleiro do Atlético-MG com um gol de parábola, em 2009.

Vejam o vídeo e depois a gente conversa:

Esta cena arrepiou todas as torcidas e diplomou meia como o construtor dos gols bonitos. Ali descobriram que ele não joga futebol por jogar, de olho apenas na conta bancária. Taí um sujeito que tem algo mais a dizer no mundo da bola.

Forte como um touro e dissimulado como um andarilho, Diego Souza é o gol beleza.

Com este breve ensaio sobre Diego Souza, o Blog do Prósperi vai publicar uma série de pequenos perfis de personagens importantes do Brasileirão 2016.