Personagens do Brasileirão 2016 – perfil (3)
Meio-campista pulou do Audax ao Palmeiras, não se intimidou e não chama atenção dos catedráticos do futebol. Azar deles
Tchê Tchê chama-se Danilo. Nesse negócio de futebol globalizado, em que jogadores têm de ter nome e sobrenome ou dois nomes, esse sujeitinho, com cara de menino sem medo, não quer ser reconhecido pelo RG. Prefere seguir sua carreira como foi batizado num campo de futebol. Nem importa se agora é do Palmeiras e um dia saiu do Audax. Até porque na hora de pesquisar se ele joga bola, como poucos, ninguém vai se lembrar se é Tchê Tchê ou Danilo. Vai guardar na mente como esse jogador pequenininho vira um gigante diante de todos adversários e arrebata multidões de torcedores.
Isso mesmo, todos adversários. Tchê Tchê, com a permissão da história e atrevimento, é um Garrincha desses dias de 2016. Evidente, não com a bola do craque do passado, mas com a indiferença. Raro ver esse novato, coisa de 23 anos, se desesperar. Seja conta o Corinthians ou o Luverdense. Tudo se resume na mesma coisa.
E o que é essa mesma coisa? Marca, desarma, passa, se apresenta, destrói e constrói, chuta forte, chuta errado, chuta fraco, faz o gol – poucos, é verdade, mas de figurinha carimbada.
Passadas curtas e rápidas, no limite de suas pernas. Ligeiro como uma lebre, cerebral como um coruja, joga seu jogo e incomoda quem aparece a sua frente ou quem ele tem a marcar. É adorado por Cuca, seu mentor no Palmeiras, por dar aquela famosa “dinâmica” ao time.
É um leva e traz, como sugere seu apelido. É um Tchê e outro Tchê. É um dos pilares desse Palmeiras, que estendeu um império no Campeonato Brasileiro. É tão simples como a bola e tão entrelaçado como a grama. Sofisticado e irrisório, como se fosse possível juntar tudo isso.
Cuca, só ele, pode desmistificar Tchê Tchê, o gigante pequenininho desse Brasileirão.
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