Juventus, com Daniel Alves aos seus pés, sai à caça do Real Madrid

Daniel Alves e Higuaín, com valiosa colaboração de Dybala, mandaram um recado a Cristiano Ronaldo. Nós estamos aqui, a Juventus pede passagem.

Um aviso com a autoridade de quem derrotou o Monaco, dono do melhor ataque da Europa, por 2 a 0 no jogo de ida das quartas de final da Champions Leage no Principado, nesta quarta-feira. Uma vitória com patente italiana e com todas as digitais de um time duro de ser batido e intransponível. Juve da rede imaculada e do velho guardião Buffon, a intimidar o fenômeno Mbappé, quase invisível nesse primeiro confronto. Ao domar o menino, a mensagem serve também ao português melhor do mundo. Apenas um desastre impedirá o encontro de Real Madrid e Juventus na final da Champions League dia 3 de junho em Cardiff, País de Gales. Não custa lembrar que nos últimos cinco jogos da fase de mata-mata da Champions, a  Juve não levou nenhum gol. Entendeu Cristiano?

No Principado, o Monaco demorou a entender o que estava acontecendo no primeiro tempo. Armada com três zagueiros, dois alas (os brasileiros Daniel Alves e Alex Sandro) e três homens de frente com Dybala na armação a serviço de Higuaín e Mandzukic, a Juventus complicou, e muito, o sistema defensivo do time dono da casa. Não havia meio de frear as descidas de Dani e Alex, nem como parar Dybala, que recuava e se infiltrava entre Fabinho e Lemar.

Diante desse jeito um pouco diferente de jogar da Juve, o Monaco se socorreu ao que tem de melhor: o imprevisível Mbappé. Quando havia uma brecha, cruzavam em busca do garoto prodígio para que travasse um duelo particular com Buffon. Em duas boas tacadas do menino, o velho goleiro nem desmanchou o penteado nas defesas.

O time francês precisava de algo mais do que as soluções apresentadas por Mbappé. E se viu ainda mais pressionado quando a esquadra italiana pintou com cores vivas um gol de galeria, aos 29. Marchisio estica uma bola à meia altura para Dybala, que toca de letra para Daniel Alves, dali para Higuaín, de novo a Dani, que, de calcanhar, serve Higuaín e dali para a rede.

Veja o vídeo dessa obra de arte do futebol:

Depois do gol, a Juve aquietou um pouco o jogo e foi fazer o que mais gosta: se defender com duas linhas de quatro, como fez no jogo que eliminou o Barcelona nas quartas de final. Monaco abriu mais as jogadas laterais e avançou seus volantes Fabinho e Lemar na corrida pelo empate. Não deu.

No segundo tempo, a calada torcida do time francês resolveu abrir a garganta. Era mais do que preciso animar seus jogadores e transmitir confiança. Do outro lado havia uma camisa que assombra por sua história e tradição.

A resposta à fogosa saída do Monaco em busca da sobrevivência veio com a dobradinha Daniel Alves e Higuaín e estreita colaboração de Dybala, mais uma vez. De uma pressão em Bakayoko, Dybala serviu Dani e dali a bola em arco pelo alto caiu no chão para Higuaín apenas desviar ao gol: 2 a 0, aos 14.

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Aqui cabe um parêntese. Daniel Alves trocou o Barcelona pela Juve no início da temporada ao perceber o pouco interesse do clube espanhol na sua permanência após sete anos glorificados. Deixou Lionel Messi orfão nas jogadas pelo setor direito. Era uma combinação perfeita que rendeu um penca de gols ao Barça.

Na Juve, Dani encontrou outro argentino, também baixinho, que responde por Dybala. Assim como tramava com Messi, o brasileiro passou a tramar com Dybala. Dessa nova parceria, quem acumulou os lucros foi Higuaín, autor de dois gols na vitória no Principado nesse jogo de ida das quartas da Champions League.

De volta ao jogo, a situação ficou ainda mais confortável ao time italiano a partir dos 30 minutos quando o técnico Allegri Massimiliano obrigou seus jogadores a erguer o paredão. Com dois gols de frente e com uma defesa quase intransponível era questão de gastar o tempo. E contar com Buffon, o velho gato do futebol, a dar tapas salvadores na bola como fez aos 44 em cabeçada de Glik. Uma homenagem ao seu 100.º jogo na Champions.

Allegri sabe, aliás todo mundo, que não é fácil ver seu time ser derrotado por mais de dois gols. Essa é a missão impossível que se apresenta ao Monaco no jogo de volta em Turin na decisão da vaga à final. Ou, muito provável, o próximo desafio de Cristiano Ronaldo na final quase certa entre Real Madrid e Juventus dia 3 de junho em Cardiff no País de Gales.

(texto publicado no CHUTEIRA FC)