Veja os favoritos ao Brasileirão 2017, se o dinheiro falar mais alto

 

Brasileirão 2017 começa neste fim de semana com os clubes vivendo uma situação financeira estável, agraciados com boas cotas de patrocínio e de transmissão de televisão. Apresentam ainda balanços da temporada com um crescimento de 30% das receitas em relação ao exercício de 2015, alcançando R$ 4,9 bilhões em 2016.

Neste cenário, sob o ponto de vista econômico, os favoritos ao título seriam aqueles com mais capacidade de investimento, casos de Palmeiras, Flamengo e Corinthians. O problema é que no futebol nem sempre o mais rico levanta a taça no final.

Se o dinheiro falasse mais alto, o Palmeiras já poderia comemorar o bi do Brasileirão. É o que tem o maior contrato de patrocínio entre os 20 clubes da Série A, com os R$ 82 mihões/ano despejados pela Crefisa, instituição financeira de créditos. Não entra nessa conta, o generoso aporte financeiro que a patrocinadora faz ao clube na contratação de jogadores e pagamentos de alguns salários.

Outra vantagem do Palmeiras é que o grosso de sua dívida não é com bancos, como tem a maioria dos seus concorrentes. Seu principal credor é o ex-presidente Paulo Nobre. Nos seus quatro anos de mandato (de 2013 a 2106), Nobre injetou cerca de R$ 200 milhões no clube e com direito a juros bem menores do que os praticados pelos bancos. Uma conta perfeitamente administrável.

Bem abaixo do Palmeiras, aparecem Corinthians e Flamengo com patrocínio master da Caixa Econômica Federal. O clube paulista recebe R$ 30 milhões, e o carioca, R$ 25 milhões, segundo dados divulgados pelas agremiações.

Flamengo e Corinthians também ostentam os maiores contratos com empresas de material esportivo. A Nike paga ao Corinthians R$ 40 milhões por ano e Adidas injeta R$ 35 milhões no Flamengo e R$ 20 milhões no Palmeiras.

Outro peso na balança a favor do Palmeiras é a expectativa de arrecadação em 2017. Se a projeção for feita com base no que o clube paulista arrecadou em 2017, o time vai sair na frente. Segundo dados da consultoria Itaú BBA, o Palmeiras chegou a R$ 477 milhões, contra R$ 379 do Flamengo, segundo colocado, e R$ 352 milhões do Corinthians, o quarto colocado.

Boa parte dessa arrecadação vem das receitas de bilheterias. Leva vantagem quem tem o maior número de sócios-torcedores. Com a fidelidade, clubes garantem bons públicos em seus jogos. Dados levantados pelo site globoesporte indicam Flamengo, Palmeiras e Corinthians como líderes de bilheteria, embora atrás do São Paulo em média de público pagante.

Como alertado no início desse relato, nem sempre quem tem mais poder econômico levanta a taça. Com 20 clubes disputando 38 rodadas, de 13 de maio até a primeira semana de dezembro, ainda com competições importantes do porte da Copa Libertadores e Copa do Brasil no meio da travessia, os favoritos serão aqueles com elencos mais bem qualificados e gestão política sem grandes turbulências. Convenhamos, um cenário incomum no futebol brasileiro.

Chama atenção ainda o número de jogadores estrangeiros – a maioria esmagadora dos países vizinhos da América do Sul – contratados pelos 20 clubes da Série A. Teremos 65 atletas de outras nacionalidades no campeonato. Destacam-se o peruano Guerrero (Flamengo), os colombianos Mina e Borja (Palmeiras), venezuelano Otero (Atlético-MG), argentinos Lucas Pratto (São Paulo) e Ábila (Cruzeiro), paraguaios Lucas Barrios (Grêmio) e Romero (Corinthians), entre muitos outros que costumam freqüentar as seleções de seus países.

Um dado interessante também está no número de técnicos que já foram campeões do Brasileirão. Apenas três deles iniciam a competição: Cuca (Palmeiras), Abel Braga (Fluminense) e Paulo Autuori (Atlético-PR). Sinal de que a renovação de treinadores é bem alta. O que estimularia novas ideias e jogos mais atraentes. A conferir. E bola em jogo.

Veja cenário de investimentos e contratos dos clubes nas listas abaixo

Maiores contratos de patrocínio-master em 2017:

R$ 82  milhões – Palmeiras (Crefisa)

R$ 30  milhões – Corinthians (Caixa)

R$ 25 milhões – Flamengo (Caixa)*

R$ 15,7 milhões – São Paulo (Prevent Senior)

R$ 15 milhões – Santos (Caixa)

R$ 12,9 milhões – Grêmio (Banrisul)

R$ 12,5 milhões – Cruzeiro (Caixa)

R$ 12,5 milhões – Atlético-MG (Caixa)

R$ 9 milhões – Vasco (Caixa)

* contrato prevê aporte de até mais R$ 5 milhões por desempenho esportivo

Maiores contratos de material esportivo em 2017:

R$ 40 milhões – Corinthians/Nike (2016-2025)

R$ 35 milhões – Flamengo/Adidas (2013-2022)

R$ 27 milhões – São Paulo/Under Armour (2015-2019)

R$ 20 milhões – Palmeiras/Adidas (2017-2018)

R$ 17 milhões – Grêmio/Umbro (2015-2018)

R$ 14,5 milhões  – Vasco/Umbro (2014-2017)

R$ 13 milhões – Botafogo/Topper (2016-2018)

R$ 13 milhões – Atlético-MG/Topper (2017-2020)

R$ 10 milhões – Cruzeiro/Umbro (2016-2019)

Maiores patrocinadores:

Caixa Econômica Federal – 16 clubes

Banrisul, Crefisa e Prevent Senior – 1 clube cada um

Fluminense ainda não tem patrocínio master

Ranking de faturamento, segundo consultoria Itaú BBA:

1º – Palmeiras: R$ 477 milhões

2º – Flamengo: R$ 379 milhões

3º – São Paulo: R$ 374 milhões

4º – Corinthians: R$ 352 milhões

5º – Grêmio: R$ 236 milhões

6º – Atlético Mineiro: R$ 235 milhões

7º – Cruzeiro: R$ 227 milhões

8º – Internacional: R$ 225 milhões

9º – Fluminense: R$ 222 milhões

10º – Santos: R$ 215 milhões

11º – Vasco: R$ 165 milhões

12º – Botafogo: R$ 151 milhões

Ranking dos clubes no programa sócio-torcedor

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