Diego, em baixa no Flamengo, e querido por Tite na Seleção. Quem entende?

Diego tem a preferência de Tite na Seleção Brasileira Diego não vive um bom momento no Flamengo e mesmo assim tem a confiança de Tite na Seleção Brasileira - foto: site / Flamengo

Diego Ribas, 32 anos, deu mais um passo atrás na temporada ao perder o pênalti na decisão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro. Um ponto negativo na sua pobre estatística, desde que voltou ao futebol brasileiro em 2016 para vestir a camisa 35 do Flamengo. Mesmo em momento ruim de sua carreira é agraciado com dois mimos. Primeiro, a convocação de Tite para os jogos da Seleção Brasileira contra Bolívia e Chile – dias 5 e 10 de outubro –, fechando as Eliminatórias da Copa 2018. Segundo, o prêmio de melhor jogador da Copa do Brasil, apesar da pixotada na final no Mineirão.

A explicação de Tite é óbvia e pessoal, um direito do treinador. Mas difícil de se aceitar.

“O Diego iniciou a temporada muito bem e teve participações muito boas na Seleção. É um armador, tem função de articulação, põe a camisa do Brasil e se sente confortável. Ela não fica pesada, não inibe, não constrange. A nove meses da Copa do Mundo, tenho que ter um jogador que sinta o peso da responsabilidade, o medo, mas dê um passo à frente. Mesmo não estando na plenitude de sua forma, depois da lesão, mas na Seleção ele desempenha a função em alto nível”, disse Tite.

A se levar pelo conjunto da obra, Tite pode até ter razão. O problema é que Diego ainda não emplacou um título de relevância no Flamengo, nem teve uma sequência impecável de grandes jogos no rubro-negro. Nesta temporada de 2017, esteve com o time carioca no fiasco da Libertadores – eliminado na primeira fase e sem vencer um jogo fora de casa. Não conseguiu conduzir o clube à conquista da Copa do Brasil – em seis jogos que disputou, marcou apenas um gol. E, no Brasileirão 2017, participou 18 jogos em 25 rodadas, fez cinco gols e deu míseras duas assistências.

Diego em alta com Tite na Seleção Brasileira
Diego assume tarja de capitão no amistoso Brasil x Colômbia me janeiro – foto: CBF

Por tudo isso fica difícil entender os motivos que levaram a ser eleito pela CBF como o melhor jogador da Copa do Brasil. De posse do troféu debaixo dos braços, ainda atordoado com a derrota para o Cruzeiro no gramado do Mineirão, Diego desabafou:

“Eu não paguei para ninguém me escolher o melhor da comeptição. Se isso aconteceu, tenho meu mérito. Eu não vivo o meu melhor momento individual no Flamengo. Mas também não venho de uma queda brusca.”

Assim, sob olhares desconfiados e pressionado a conquistar uma vaga no grupo da Seleção, Diego se apresenta neste domingo (01/10) ao técnico Tite. Será a sua última chance  para provar que o treinador não se equivocou ao colocar seu nome na lista dos 24 convocados.

Diego do Flamengo

Na corrida por um lugar no voo a Moscou em 2018, o meia do Flamengo terá a concorrência de Fred (Shakhtar Donestk), Phillipe Coutinho, Renato Augusto, Giuliano – não chamado agora, mas presente na maioria das convocações de Tite –, Lucas Lima, para ficar nos mais cotados.

Se Diego é quem deve convencer os incrédulos, Tite também terá de se empenhar para apresentar as justificativas. Apoiar-se ao passado recente do jogador é apenas uma muleta.

Quem acompanhou os últimos jogos do Flamengo e focou as atuações de Diego percebeu que o jogador perdeu a embocadura. Criou pouco, quase nunca chamou a responsabilidade e anda em dívida com as assistências, uma preciosidade a um meia de criação.

Aos 32 anos, sem conquistar multidões nos seus dez anos de Europa a desfilar na Juventus e Atlético de Madrid, entre outros clubes menos destacados, resta a Diego Ribas se agarrar a Tite e ao treinador continuar com a mão estendida, mesmo que poucos tenham essa certeza.

(texto publicado no CHUTEIRA FC – leia mais notícias e análises de futebol)