Felipe Melo é um jogador de palavras fortes e de imagens sempre com alguma mensagem. Não dissimula.
Quando entrou no campo no CT do Palmeiras carregando a pilha de coletes a serem distribuídos aos companheiros no primeiro treinamento, há poucas horas da demissão de Cuca nesta sexta-feira, o recado era claro: ‘aqui mando eu’.
É evidente que não vai ditar as ordens. Mas ao carregar os coletes, deixou claro a sua liderança entre os jogadores e como vai reagir daqui para frente sem ter o “empecilho” de Cuca, até então seu desafeto número 1 no clube.
Observador mais inocente do cenário no Palmeiras percebeu que ao reintegrar Felipe Melo, Cuca estaria com os dias contados no comando do time.
Treinador teve de engolir goela abaixo a volta do irascível jogador, que, entre outras coisas, deu um enorme prejuízo ao clube quando pegou seis jogos – depois caiu para três – de suspensão na Libertadores por causa dos incidentes no jogo contra Peñarol.
Felipe Melo era uma crise ambulante. Nos jogos, pouco entregou.
Conquistou corações e mentes de palmeirenses inebriados por jogadores guerreiros, mesmo com pouco retorno técnico ao time.
Virou um ídolo da noite para o dia sem conteúdo para tal paixão.
Ao bater de frente com Cuca, pagou alguns pecados, mas sabia que mais cedo ou mais tarde voltaria. Ativo do clube, que gastou boa grana por seus serviços – R$ 8 milhões de luvas e salários estimados em R$ 400 mil –, tinha certeza de que não ficaria isolado num canto da Academia de Futebol.
Não deu outra. Felipe Melo acertou na sua projeção. Cuca pagou o pato.
A queda anunciada de Cuca não se deu apenas pelo episódio com Felipe Melo. Que fique claro. Caiu mais por causa dos resultados ruins ao desentendimento com o jogador.
Como Cuca foi embora, Felipe Melo já pode carregar os coletes de peito estufado.