Roger Machado já sabe com quem não tem de conversar no Palmeiras. Felipe Melo, é claro. De poucos serviços prestados ao clube até aqui, depois de pouco mais de oito meses na Academia de Futebol, volante continua a falar em nome da comunidade como se fosse o último ídolo do Palestra. Já deu boas-vindas a Roger, ao ser questionado a respeito do novo treinador, e disse que é favor da renovação.
“Esse tempo de treinador ser maior que o jogador, estrela, de falar muito, já passou. Hoje todo mundo tem de estar junto, ter a mesma ideia”.
Não é um bom sinal. Roger que se cuide. Quem falou não foi o jogador Felipe Melo, e sim um dos donos, senão o dono, do vestiário.
Entre os que atacam e os que defendem a chegada do novo treinador, Felipe Melo deveria ser o último a se manifestar. Ele ainda é muito pequeno dentro do Palmeiras para dar opinião quase definitiva a respeito de um chefe.
Roger não precisa do aval de Melo, muito menos do grupo de jogadores. Quem o contratou foi o comando do clube por entender que seu currículo e norma de conduta se alinham com o que os dirigentes esperam para a próxima temporada.
Aliás, o novo técnico nem deveria se preocupar em agradar aos ditos líderes dos atletas e muito menos bajular os dirigentes.
A maior conquista de Roger Machado, talvez a definitiva, é trazer a torcida para sua trincheira. Se não convencer os torcedores, adeus viola. Não vai ser o boquirroto Felipe Melo seu guardião a dar guarida.
Missão de Roger também não é acomodar egos, ser parte da família. Seu desafio é reunir um punhado de bons e ótimos jogadores e fazer o time jogar bola. Conquistar campeonatos.
Ao olhar seu trabalho no Grêmio e Atlético-MG, a torcida pode esperar por um Palmeiras requintado. A conferir.