Champions League, a Liga dos Campeões da Europa, versão 2024-2025 começa hoje (17/9) com premiação estimada em 2.467 bilhões de euros (R$ 15.073 bilhões) aos clubes. E ameaça de greve dos jogadores.

Dinheiro a rodo vem do aumento expressivo na quantidade de jogos, efeito do novo formato de disputa da Champions. Mais jogos, mais músculos esgarçados dos jogadores. Por isso a indignação geral dos atletas dos principais clubes europeus e ameaça de paralisação da categoria – a bola pode parar.

Antes de apresentar os números dos jogos, vamos mostrar a grana que a Uefa (União Europeia de Futebol) vai distribuir aos clubes.

Total da premiação de 2.467 bilhões de euros (R$ 15.073  bilhões). Acompanhe a partilha:

36 clubes participantes receberão 18,62 milhões (R$ 113,7 milhões) cada um.

Vitória vale 2,1 milhões de euros (R$ 12,8 milhões)

Empate rende 700 mil euros (R$ 4,2 milhões)  

Na fase mata-mata, dinheiro grosso. Confira:

Oitavas de final – 11 milhões de euros (R$ 67,2 milhões)

Quartas de final – 12,5 milhões de euros (R 76,3 milhões)

Semifinais – 18,5 milhões de euros (R$ 113,0 milhões)

Campeão – R$ 63,5 milhões de euros (R$ 39,7 milhões)

Total acumulado no mata-mata + título – 63,5 milhões de euros (R$ 387,8 milhões) 

Aumento substancial da premiação vem do novo formato da Champions que contempla mais clubes participantes, passando de 32 times do antigo formato para 36 equipes agora.

No sistema de disputa até temporada 2023-2024, tínhamos 96 jogos na fase de grupos para eliminar 16 times. Agora, 144 jogos – ou seja, 48 jogos a mais – para eliminar apenas 12 times.

Como funciona novo formato da Champions:

Fase de grupos deixa de existir.

Teremos 36 clubes jogando 8 partidas cada um – quatro em casa e quatro fora – e uma classificação geral na tabela como se fosse de pontos corridos.

Ao final dos oito jogos de cada clube se tem a classificação geral dos 36 times

Assim, os oito primeiros colocados avançam direto para as oitavas de final (início do mata).

Os 16 colocados (do 9º ao 24º) disputam um play-off para se apurar mais oito classificados às oitavas de final.

E os 12 últimos colocados (do 25º ao 36º) são eliminados direto da Champions.

Os jogos serão disputados às terças, quartas e quintas-feiras (até agora a Liga dos Campeões ocupava apenas duas datas da semana – às terças e quartas-feiras).

Mais datas, mais jogos e mais lesões e esgotamento dos jogadores.

REVOLTA E AMEAÇA DOS JOGADORES

Rodri, 28 anos, volante do Manchester City, Seleção da Espanha e candidato à Bola de Ouro de melhor do mundo, alerta a respeito de uma possível greve dos atletas de futebol.

Questionado na entrevista coletiva do City, pré-jogo de estreia na Champions contra a Inter, se a greve era uma ameaça real, foi direto;

“Sim, acho que estamos perto disso – é fácil de entender. Se você perguntar a qualquer jogador, ele dirá o mesmo; não é a opinião do Rodri ou algo assim. É a opinião geral dos jogadores. E se continuar assim, chegará um momento em que não teremos outra opção (entrar em greve).

Eu realmente acho, mas vamos ver. Não sei o que vai acontecer, mas é algo que nos preocupa porque somos nós que sofremos.”

"Jogadores podem decretar greve", Rodri
Rodri do Manchester City – foto: City oficial

Ainda na entrevista perguntaram a Rodri qual quantidade ideal de jogos.

“Não tenho um número exato. Pela minha experiência, posso dizer que 60-70 (não é recomendável). Não. Entre 40-50 é a quantidade de jogos em que um jogador pode atuar no mais alto nível. Depois disso, você cai porque é impossível sustentar o nível físico”.

“Este ano podemos ir para 70, talvez 80, não sei. Depende de quão longe seu time for nas competições. Na minha humilde opinião, acho que é demais. Acho que temos que cuidar de nós mesmos. Alguém tem que cuidar de nós mesmos porque somos os personagens principais deste esporte ou negócio ou como você queira chamar. Nem tudo é dinheiro ou marketing, também é a qualidade do show. Quando não estou cansado, tenho um desempenho melhor e se as pessoas querem ver um futebol melhor, precisamos descansar.”

Alisson, goleiro do Liverpool e da Seleção Brasileira, vai no mesmo tom de Rodri ao ser questionado a respeito do novo formato da Champions e a saúde dos jogadores.

“Acho que para os torcedores é incrível. Mais jogos, jogos maiores, grandes times jogando uns contra os outros. Para nós, como jogadores, é sempre uma boa ideia adicionar alguns jogos a um calendário que não está ocupado. Estou sendo um pouco irônico.”

Alisson e a nova Champions: "jogadores não são ouvidos"
Alisson do Liverpool – foto: Uefa oficial

Ninguém pergunta aos jogadores o que eles acham de adicionar mais jogos, então talvez nossa opinião não importe. Mas todos sabem o que pensamos sobre ter mais jogos. Todo mundo está cansado disso. Mas temos que permanecer focados no grande desafio que temos amanhã.”

Alisson passou boa parte da temporada passada sem jogar por causa de lesões.

“Entendemos que temos o lado da mídia, a TV. Temos a Uefa, a Fifa, a Premier League, as competições nacionais. Não somos estúpidos, entendemos que as pessoas querem mais jogos. Mas o razoável seria que todas as pessoas responsáveis ​​pela organização do calendário se sentassem juntas e ouvissem todas as partes, incluindo os jogadores. Só precisamos ser ouvidos e entender o pensamento por trás da direção que o futebol quer seguir. Não apenas adicionar jogos, adicionar competições, adicionar isso, adicionar aquilo.

A engrenagem esta aí. Liga dos Campeões abre as cortinas nessa terça-feira. É jogo pra dedéu. Acionada a máquina de moer jogadores. E La Nave Va.


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