Luiz Antônio Prósperi – 11 janeiro (12h55) –

atualizado 31 janeiro (6h55) –

Rony fica no Palmeiras, por enquanto. Negociação fechada com Al Rayyan do Qatar não foi concluída na quinta-feira. Jogador não teria tempo de se apresentar ao clube nesta sexta-feira (31/1), passar por exames médicos, assinar contrato e ser inscrito no campeonato local. As inscrições se encerram hoje.

Rony ainda tem proposta do Santos e pode se animar com a chegada de Neymar.

Rony tem sido escorraçado por boa parte da torcida do Palmeiras, mais por aqueles que destilam ódio nas redes sociais. Não querem o atacante vestindo a camisa 10 alviverde. Somam a quantidade de gols perdidos e subtraem os gols feitos, como se o futebol fosse uma conta matemática. E condenam o salário pago pelo clube ao jogador, o tal custo e benefício.

Enquanto Rony permanecer no grupo de Abel Ferreira a saraivada de críticas e injúrias devem se estender até o dia em que for vendido. Até a página virar.

Rony é rústico, como batizou o locutor Téo José durante as narrações no SBT de jogos do Palmeiras na campanha da Libertadores de 2020. Assim ficou. Diz Téo que se inspirou na música “Betty Frígida”, da Blitz.

Nascido em Magalhães Barata, no interior do Pará, Ronileson da Silva Barbosa virou Rony no futebol e Rony Rústico na voz de Téo José.

Rústico, nos dicionários, quer dizer “próprio da vida no campo”, simplório.

Na vida do futebol, pode se traduzir por jogador de poucos recursos e muita dedicação. No caso de Rony, aquele que não se entrega nunca.

No Palmeiras foram 283 jogos, 70 gols, desde que chegou em 2020. Top 10 do clube em títulos conquistados: 11, na 8ª posição, ao lado de Zé Rafael, zagueiro Luan, Raphael Veiga, Lima e Waldemar Fiume.

Decisivo, artilheiro do Palmeiras com cinco gols na conquista da Libertadores 2020 e seis gols no título de 2021.

Líder de assistências na vitoriosa campanha de 2020 quando deu o cruzamento para Breno Lopes fazer o gol da taça contra o Santos no Maracanã.

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Aos 29 anos, do alto de seu 1,66 m, muitos gols de cabeça e uns memoráveis de bicicleta, Rony não serve mais, apontam milhares de palmeirenses.

Rústicos como ele, alguns se deram bem no alviverde. Que tal Deyverson? Autor do gol do título da Libertadores de 2021 em cima do Flamengo, também já teve cabeça servida na bandeja por boa parte da torcida.

História do futebol registra sucesso absoluto de rústicos na maioria de clubes brasileiros.

Você, torcedor, pode vasculhar a memória e não vai ser muito difícil encontrar um rústico para chamar de seu no time de coração.

Eles são muitos. Rony é um deles a escrever seu nome na história.

Mais cedo ou mais tarde será um outro rosto perdido na multidão da galeria de heróis improváveis de que o futebol tanto se alimenta.

Ciclo de Rony no Palmeiras chega ao fim, insiste a torcida e a presidenta Leila Pereira. Muitos acreditam que o atacante não é mais útil aos mandamentos de Abel.

Aos descrentes, que não se arrependam depois quando o Rústico se der bem em outra freguesia. Com suor e luta também se vence no futebol.

Para usar uma expressão dos dias de hoje, e muito pertinente, Rony pode bater no peito e bradar nos estádios: Ainda Estou Aqui.


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3 respostas para “#CrônicaSabática #10 | Rony do Palmeiras e os Rústicos”.

  1. […] e maldito no Palmeiras, Rony chega a Belo Horizonte com muitos emblemas, bem ao gosto da torcida. Jogador de raça, que não desiste nunca, de gols impossíveis, outros […]

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  2. […] #crônicasabática | Rony do Palmeiras e os Rústicos […]

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  3. […] que sim (fim de ciclo). Como tudo na vida. O Rony já nos proporcionou alegrias imensas, mas acho que seria até bom pra ele novos ares. Mas se ele […]

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