Luiz Antônio Prósperi – 7 abril (22h31) –

Futebol brasileiro entra no seu labirinto e não tem a mínima ideia de como sair dessa enrascada. Estamos em abril, na teoria seria o terceiro mês da temporada 2025 não fosse entupir mês de janeiro com jogos e mais jogos. Portanto, quatro meses perdidos nas alamedas da política da CBF sustentada por toda comunidade do futebol cada vez mais milionária. 

Rotas de fuga estão obstruídas. Não há lógica na busca pela saída.

Aponte você, caro leitor, o caminho a seguir diante dessas barafunda:

Seleção Brasileira está sem treinador após demissão de Dorival Júnior, dia 28/4, a pouco mais de um ano da Copa do Mundo 2026.

Na CBF, fala-se em um messias vindo de fora do Brasil. De preferência o italiano Carlo Ancelotti ou o português Jorge Jesus.

Os 20 clubes da Série A do Brasileirão têm patrocínios das bets, casas de apostas esportivas, responsáveis por injetar algo perto de R$ 1 bilhão em nossos times e mais uma montanha de dinheiro no patrocínio dos principais campeonatos do país e mídia.

Cenário fértil para se manipular resultados de jogos a corromper jogadores, treinadores e dirigentes. Trabalho dobrado ao Ministério Público, Parlamento, Judiciário e Polícia Federal, sem falar das mazelas sociais como efeito de apostas desmedidas.

Duas ligas dos principais clubes arrebanham R$ 2,7 bilhões na venda de direitos de televisão dos campeonatos nacionais de 2025.

Até por isso, os clubes já investem mais de R$ 1 bilhão na contratação de jogadores nesse início de temporada. Inflam as folhas de pagamentos com salários partindo de R$ 600 mil a R$ 1 milhão a jogadores não tão valiosos assim.

Jogadores estrangeiros já são 140 na Série A do Brasileirão 2025. Em 2024, eles eram 164. Como ainda teremos uma janela de transferências entre junho e setembro, número de gringos tende a crescer.

Dos 20 técnicos no comando dos times no Brasileirão, nove são estrangeiros (cinco portugueses e quarto argentinos). Comissões técnicas caríssimas com salários a nível europeu.

Exportação de jovens jogadores continua em alta. Zagueiro Vitor Reis, 19 anos, é vendido do Palmeiras ao Manchester City por R$ 218 milhões – valores impensáveis para um zagueiro.

É tanto dinheiro rodando, dívidas de clubes perdulários incontroláveis, SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) estendendo suas teias com boladas de milhões de dólares, que, não é difícil prever, a bolha vai estourar logo ali.

Não se tem discussão de fair play financeiro a impedir a gastança acima das posses de cada um.

CBF, gestora do futebol, contribui e muito para a babilônia geral.

Reportagem publicada na edição de abril da revista piauí expõe o enorme desperdício de dinheiro em mordomias e desmandos da cartolagem.

A crise quase perpétua da arbitragem brasileira aumenta a cada temporada.

Estamos apenas na segunda rodada do Brasileirão 2025 e a quantidade de erros forçados dos árbitros se multiplica na maioria dos jogos.

Providencia da CBF: afastar os dois árbitros e seus colegiados apontados como responsáveis pelos erros mais graves na rodada. A culpa é do juiz, pobre coitado.

Tantos erros dos apitadores que minam a confiança de torcedores na lisura dos campeonatos e na honestidade dos árbitros.

E sobra até aos que têm chiliques contra arbitragem. Um exemplo claro: Abel Ferreira.

Técnico português do Palmeiras é escorraçado a cada rodada por seu comportamento diante das mais diferentes arbitragens e carências do nosso futebol. Condenam o que é espalhafatoso no técnico, mas não olham ao que ele cobra a cada piti à beira do campo.

Quando Abel se cala, por um suposto favorecimento ao Palmeiras, cobram do português um discurso raivoso contra os árbitros e o escambau.

Enquanto isso, os grandes jogadores, os astros da companhia, pouco abrem a boca. A última manifestação deles foi contra os gramados sintéticos no futebol brasileiro.

Dirigentes de clubes, federações e da CBF nem levaram a sério o grito dos craques contra os sintéticos. E os jogadores calaram a boca.

Nada parece incomodar o sistema do futebol brasileiro. A CBF reina absoluta. Clubes não se movem a não ser quando precisam da grana fácil.

Modelo de gestão da CBF, agora encarnado na figura do presidente Ednaldo Rodrigues, se repete há décadas.

A origem pode estar na eleição de João Havelange à presidência da CBF em meados de 1950. De lá para cá, Brasil conquista cinco Copas do Mundo – maior vencedor até aqui. O modus operandi da CBF apenas troca de nomes. E Havelange leva o modelo à Fifa quando se elege presidente em 1974 e só deixa o poder em 1998.

Os últimos quatro presidentes da CBF estão banidos do futebol por ordem da Fifa após o sacode que a entidade maior do futebol sofreu em 2015 numa operação política do FBI dos Estados Unidos.

Ednaldo Rodrigues, atual presidente, é cria desse sistema. Orçamento da CBF é de R$ 1 bilhão no exercício de 2025.

Aclamado por unanimidade dos votos de clubes e federações na sua reeleição há pouco mais de dez dias, Ednaldo vai continuar no poder pelo menos até 2030. Repete agora o que ele acompanhou de perto desde os anos de 1990.

E tem a cumplicidade vergonhosa de políticos, do judiciário, de patrocinadores e dos cartolas do nosso futebol, todos com os rabinhos enfiados no meio das pernas.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF – foto: CBF oficial


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