Luiz Antônio Prósperi – 16 junho (12h31) –
São Paulo terá um novo treinador argentino. Trata-se de um técnico bem conhecido da torcida: Hernán Crespo, campeão paulista no comando do Tricolor em 2021. Crespo deve assumir o posto de Luis Zubeldía, que pediu demissão na manhã desta segunda-feira (16/6). Após 85 jogos, um ano e dois meses dirigindo o time, Zubeldía pega o boné e se manda do Morumbi. Desistiu. A saída estava anunciada há mais de um mês e se torna irreversível diante da derrota (3 a 1) para o Vasco na última rodada do Brasileirão, antes da paralisação do campeonato no período do Mundial de Clubes.
Zubeldía deixa o São Paulo classificado nas oitavas de final da Libertadores e Copa do Brasil. No Brasileirão, campanha fraca e cheirando a rebaixamento – 14.º colocado, 12 pontos, 2 vitórias, seis empates, quatro derrotas, 10 gols marcados e 14 sofridos. Convenhamos, uma decepção.
Entre bons e ridículos jogos, Zubeldía nunca teve um grupo bom de jogadores à disposição. Oscar e Lucas Moura, os astros da companhia, passam mais tempo no estaleiro aos gramados. Boa parte do grupo também vive mais aos cuidados dos médicos do que com a bola.
Dirigentes do São Paulo pouco ajudaram Zubeldía. Gestão temerária, sem receitas acima das despesas, baixo investimento no futebol e descaso nos momentos mais complicados do time, minaram a resistência do técnico argentino.
Zubeldía, mesmo diante da irritação da maioria da torcida, se sustentou até o limite. Cobrado por não usar os meninos da base, fez o que estava a seu alcance.
Quando percebe que não há mais ar respirável no Morumbi nem respaldo incondicional dos dirigentes, o argentino pede demissão e volta para Buenos Aires.
Não há a menor perspectiva de o Tricolor contratar jogadores e dar um grupo mais qualificado a Hernán Crespo, o novo salvador do Morumbis.
A queda do treinador no São Paulo completa o quadro ridículo do momento que vivem rivais paulistas do Palmeiras.
Enquanto a torcida Alviverde toma conta do centro histórico de Nova York embalando time de Abel Ferreira no Mundial de Clubes, Corinthians respira com a troca de Ramon Diaz por Dorival Júnior; o Santos sobrevive por aparelhos ao trazer Cléber Xavier no lugar e Pedro Caixinha e ainda busca oxigênio final na arrastada renovação de contrato com Neymar.
E La Nave Va.
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