
Golear o modesto e inocente Trujillanos por 6 a 0 era uma obrigação. Seria inadmissível o São Paulo ceder um pontinho que fosse a um time primário, sem os fundamentos de uma equipe qualificada para disputar a Copa Libertadores. Com boa atuação de todos seus jogadores, o Tricolor venceu com enorme facilidade, nesta terça-feira, diante de 18 mil torcedores no Morumbi, e voltou a respirar na competição.
Diante da fragilidade absurda do adversário fica até difícil tirar algumas conclusões sobre o futuro imediato do São Paulo. Dizer que a dupla de volantes Hudson e João Schimidt foi impecável seria um acinte. Os dois não tinham a quem marcar. Por isso transitaram sem nenhum problema do meio para o ataque.
Dar crédito acima do normal a Ganso e Michel Bastos também seria um exagero. Os dois tiveram tanta liberdade, mas tanta liberdade, que quase não suaram a camisa. Foram eficientes e brilhantes, sem o menor esforço.
E o que falar de Calleri e Kelvin? O atacante argentino jogou leve e solto e quebrou até o feitiço dos gols perdidos de pênaltis. Encaçapou quatro gols com requinte. Kelvin seguiu na mesma toada. Dedicado, encontrou espaços para atacar como nunca havia deparado desde que pisou no Morumbi.
A zaga, com Maicon e Rodrigo Caio, em nenhum momento correu risco. Os dois jogaram com segurança, sem muitos problemas. E Denis assistiu a tudo de camarote.
Apesar de toda a facilidade a notícia boa, nesse quase treino de luxo na Copa Libertadores, é que uma goleada areja o time, devolve a confiança e começa a resgatar a confiança da torcida – ainda ausente nesses dias cambaleantes do São Paulo.
E o resultado em si leva o São Paulo a se manter vivo na Copa Libertadores, mesmo sabendo que vem chumbo grosso aí com o River Plate em casa e o The Strongest na altitude desleal de La Paz.
Por fim, a goleada pode ter sido uma ilusão. Mas de ilusão também se sobrevive no futebol.