
Encrencado na Copa Libertadores, o Palmeiras depende do imponderável para avançar às oitavas de final. Tem de vencer o modesto River Plate uruguaio e torcer por derrota do Rosário Central diante do Nacional em Montevidéu nesta quinta-feira à noite.
Se essa combinação de resultados não funcionar, o Palmeiras pode ser o único clube brasileiro a não se classificar às oitavas de final – Corinthians e Grêmio estão garantidos e Atlético-MG e São Paulo, quase lá.
Até aí, nenhuma novidade. O que chama atenção são as circunstâncias dos dois jogos desta quinta-feira. O Nacional vai de time misto contra o Rosário, que terá força máxima. E o Palmeiras entra sem jogadores-chave como Gabriel Jesus e Zé Roberto.
Como diria Nelson Rodrigues, a vida do time de Cuca está nas mãos do “Sobrenatural de Almeida – personagem criado pelo jornalista carioca famoso nos anos de 1950 -, que fazia gols improváveis.
Por que o “Sobrenatural de Almeida” deve ser chamado pelos palmeirenses?
Simples: é preciso contar com algo misterioso, que só o futebol é capaz de apresentar, para o time avançar na Libertadores.
Alguma dúvida? Então veja como o Nacional vai a campo:
O técnico Custavo Munúa admite que não vai correr riscos contra o Rosário. Definiu que seis titulares não vão jogar. Três deles (Conde, Romero e Nicólas Lopez) estão pendurados com dois cartões amarelos e se levarem mais um, ficam fora do primeiro jogo das oitavas. Fucile e Victorino, peças importantes de Munúa, também serão poupados. E Christina Tabó dará lugar a Leandro Barcia.

Sem essa meia-dúzia de titulares, o treinador armou seu time em busca do empate – resultado que garante a classificação do Rosário. É aí que entra o imponderável. Do lado do Nacional, vão estar Eguren e Léo Gamalho, mais acostumados a frequentar ao banco de reservas.
Eguren teve um passagem discreta pelo Palmeiras e o brasileiro Gamalho é quase um artilheiro invisível. De repente, os dois podem fazer o gols que o Palmeiras tanto precisa. É o imponderável.
Do lado do Palmeiras, esquentando o banco, estará Cleiton Xavier. Ele não joga uma partida inteira desde o fim de agosto de 2015. Na Libertadores de 2009, Cleiton Xavier era um dos destaques do Palmeiras e fez um gol absurdo, chutando de muito longe, contra o Colo Colo, aos 42 minutos do segundo tempo, que levou o Alviverde às oitavas de final da Copa Libertadores.

No futebol, histórias costumam se repetir. A superstição é companheira dos aflitos no gramado. Nada é definitivo. Cuca, como todos sabem, não nega sua queda pelos sofismas da bola que podem virar uma verdade.
Quem sabe não é a noite do “Sobrenatural de Almeida” vagar pelo Allianz Parque nesta quinta-feira de outono.