
Madri é a nova capital do futebol europeu com a chegada de Real e Atlético à final da Champions League. Os dois gigantes da Espanha têm encontro marcado dia 21 no San Siro, em Milão. E este confronto tem apelo de vingança por parte do Atlético, que há dois anos perdeu a taça para o Real na decisão em Lisboa.
Diferentemente daquela final, dessa vez o Real não chega como favorito. Alquebrado durante a temporada, o time se reinventou sob o comando de Zinedine Zidane. Nada de extraordinário e até um tanto conservador em algumas partidas importantes, o treinador fez a esquadra caminhar firme até a decisão.

Quanto ao Atlético, o time também foi reconstruído por Diego Simeone, após a queda na decisão de 2013. Vem forte, de peito estufado, depois de eliminar o atual campeão Barcelona e o Bayern de Munique de Pep Guardiola.
Em termos de futebol, não se pode esperar um legado dessa final da Champions. Real e Atletico jogam duro, pragmáticos e sem a leveza fundamental das grandes equipes que marcaram época. Tudo leva a imaginar um clássico crispado, de soltar faísca e nervos esgarçados no trato da bola.
Dos que tombaram nas semifinais, bom lembrar de que nada adiantou o investimento de 1 bilhão de euros do Manchester City nas últimas temporadas na tentativa de conquistar a Europa. Mais uma vez o time inglês ficou no caminho, agora a um passo da final da Champions League, ao ser eliminado com toda justiça pelo Real.

Em nenhum momento desta partida o City mostrou força. Yana Touré, por exemplo, caminhou pelo Santiago Bernabéu no primeiro tempo. Centro gravitacional do City, o marfinense parecia desligado. Lento como um elefante acompanhava seus companheiros à distância, sem comprometimento. Sem seu comando, o time sofreu uma pressão do Real Madrid do começo ao fim do primeiro tempo.
Não por acaso, o time de Cristiano Ronaldo, mesmo sem uma atuação efetiva do craque português, fechou os 45 minutos iniciais com a vantagem de 1 a 0 – gol de Bale em desvio de Fernando. Para não dizer que o City fez alguma coisa, teve um chute de Fernandinho, que beliscou o pé da trave de Navas, após bom passe de De Bruyne.
No segundo tempo, a paciência do técnico Manuel Pellegrino durou até os 16 minutos, quando sacou o “morto” Touré para dar lugar ao rápido Sterling. Com a mudança, De Bruyne foi fazer a função de Touré e Sterling foi jogar na ponta-esquerda. Tudo o que o City precisava era de um gol para avançar à final.

O Real Madrid sabia que teria de brigar pelo menos por mais gol para se garantir e não correr o risco de ser eliminado em casa. Zidane em nenhum momento pensou em fechar seu time. Continuou agredindo. E ficou mais agudo com a entrada de James Rodriguez, o arco da flecha Cristiano Ronaldo.
Não funcionou. Nem era preciso. Aos poucos o Real percebeu que o City não era de nada e apenas contou o tempo até o apito final para celebrar a classificação a sua 14.ª final da Champions League.

O City ainda tem uma chance de se classificar à edição de 2016/2017 da Champions League por meio do Campeonato Inglês – é o quarto colocado a duas rodadas do final.
Quem torce para que isso aconteça é o técnico Pep Guardiola, que a partir de julho vai assumir o Manchester City, um novo rico do futebol europeu, mas pobre quando tem de jogar um grande futebol. Guardiola vai ter trabalho de sobra e um punhado de milhões de euros para dar um jeito neste time.