Santos enfrentou três problemas na derrota por 3 a 2 para o Grêmio nesta quarta-feira (29/6) em Porto Alegre. Primeiro, o mais grave, não transformou sua maior posse de bola em busca do gol. Segundo, não entendeu como Lucas Lima, seu principal jogador quando o time atua em casa, se omitiu na arena gaúcha. E, terceiro, a lentidão e falta de sintonia com a bola de Rodrigão desaceleraram o ataque e favoreceram a marcação do adversário.
Essas questões foram colocadas ao time de Dorival Júnior na partida no Sul. Nenhuma delas teve uma resposta adequada, mesmo contra um rival sem confiança e, em muitos momentos do confronto, até cauteloso.
ANÁLISE DO JOGO
De nada adianta ter a posse de bola se não agredir o adversário. Essa vertente do futebol não tem sido usada pelo Santos quando joga fora de casa. O time gastou o tempo trocando passes, mas quem fechou a conta nos 45 minutos iniciais foram os gaúchos: 2 a 0.
Dois gols nascidos de falhas de Vanderlei, ao rebater chutes de Everton. No primeiro rebote do goleiro santista, Giuliano marcou, aos 2 minutos. No segundo, Douglas conferiu, aos 44.
Com um gol sofrido no início da partida e outro no fim do primeiro tempo, o Santos percebeu o quanto é prejudicial não sair em cima do adversário. Contra o São Paulo, por exemplo, o time deu bote na saída de bola do Tricolor e fez o seu gol com menos de um minuto de jogo.
Contra o Grêmio, pagou com seu próprio veneno ao sofrer o gol relâmpago de Giuliano. Pior, quis se impor com troca de passes curtos, engordando a posse de bola na margem de 64% a 36%, mas sem se aproximar da área de Grohe. Faltaram o drible e a ousadia.
O dono da casa usou da inteligência. Ao sair na frente logo aos 2 minutos, se fechou, atraiu os santistas e deu alguns jabs nos contra-ataques até marcar o segundo gol. Uma bela vantagem a ser administrada na última etapa da partida.
No segundo tempo, Dorival Júnior voltou com Copete no lugar de Vitor Bueno – tentativa de agredir mais. Não era só isso. Lucas Lima precisava de colocar os nervos no lugar e trocar as jogadas de efeito pela eficiência.
Lucas Lima, mais assentado, se afastou um pouco da zona de atrito e passou a jogar no setor direito para fazer a diagonal rumo ao gol e confundir a marcação gremista. Nada de extraordinário. O time gaúcho recuou. Copete, sem posição fixa, também contribuiu para bagunçar o sistema defensivo inimigo.
O jogo começou a se encaminhar a favor do Santos a partir do gol de Copete, aproveitando resto de um escanteio, aos 20. E ficou ainda mais favorável quando o Grêmio teve de improvisar na zaga com a lesão de Thyere e Zeca empatou, aos 38.
Empate definido não fosse por um descuido da defesa santista na saída de bola, muito bem aproveitado por Giuliano, que custou dois marcadores e serviu para Marcelo Hermes fazer o terceiro do Grêmio.
Ao Santos fica lição de que posse de bola na casa do adversário não dá em nada se não partir em busca do gol. Outro detalhe passa por Lucas Lima, um leão quando seu time joga em seus domínios e um omisso na arena do adversário. E, por fim, centroavantes do tipo Rodrigão, imóvel como um cone gordo, mais atrapalham do que ajudam.
FICHA DO JOGO
Grêmio 3 x 2 Santos
Gols: Giuliano, aos 2; Douglas, aos 44 minutos do primeiro tempo. Comete, aos 20; Zeca, aos 38; e Marcelo Hermes, aos 45 do segundo tempo.
Grêmio: Marcelo Grohe, Edílson, Rafael Thyere (Marcelo Hermes), Fred e Marcelo Oliveira; Wallace, Jaílson, Douglas e Giuliano; Luan (Bobô) e Everton (Guilherme). Técnico: Roger Machado
Santos: Vanderlei, Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique (Yuri)e Zeca; Thiago Maia, Renato (Jean Mota) e Lucas Lima; Vitor Bueno (Copete), Rodrigo e Gabriel. Técnico: Dorival Júnior.
Juiz: Eduardo Valadão
Cartões amarelos: Edílson, Lucas Lima, Zeca, Douglas, Yuri, Wallace
Renda: R$ 363.345,00
Público: 14. 865 pagantes
Local: Arena Grêmio