Edgardo Bauza está perto de sair do São Paulo e assumir o comando da Seleção Argentina. A informação partiu da imprensa de Buenos Aires e dá conta que o técnico vai ser convocado por Armando Pérez, presidente da Comissão Normalizadora da AFA (Associação de Futebol Argentino). Bauza seria o sucessor de Tata Martino, demitido após a Copa América Centenário nos EUA.
No clube paulista, dirigentes argumentam que, a se confirmar o convite, não têm como vetar a saída de Bauza.
“Ele (Bauza) não nos disse nada. É absolutamente natural que se vier o convite ele queira sair. Nesse cenário, haverá pouco o que possamos fazer”, disse Leco, presidente do São Paulo, nesta quinta-feira (21/7).
Bauza havia dito à rádio argentina Cadena Uno, na segunda-feira (18/7), que seria “complicado permanecer no São Paulo se o clube não contratasse jogadores de hierarquia”. O clube moveu montanhas e fechou acordos com o atacante Chavez, do Boca Juniors, e o lateral Buffarini, lateral do San Lorenzo (ainda à espera de um aval da Fifa).
Investimento do São Paulo alcançou a casa dos R$ 40 milhões com Maicon, Cueva, Gilberto, Chavez, Buffarini e Douglas (este, sem custo). Tentativa de suprir as baixas de Ganso, Calleri, Alan Kardec e, inevitável, de Rodrigo Caio.
Tudo isso para agradar Edgardo Bauza e reorganizar o time no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Pode ter sido em vão.
Se o treinador resolver ir embora, o São Paulo terá mais uma vez de procurar outro técnico. Mesma história vivida na temporada passada com o colombiano Juan Carlos Osório, que deixou o clube paulista no meio do caminho e assumiu a Seleção do México.
Sem Bauza, Mano Menezes deve ser o favorito a comandar o Tricolor. Na praça ainda estão Vanderlei Luxemburgo e Abel Braga, entre técnicos de peso.
“TRAIÇÃO” DE TITE
Enquanto o São Paulo vive esse drama da saída do treinador, no Corinthians a sensação é de que Tite não foi, digamos, leal com o clube.
A convite da CBF, o treinador assumiu a Seleção Brasileira e levou junto profissionais importantes do Corinthians: o gerente Edu Gaspar; o preparador físico Fabio Mashseredjian, o auxiliar técnico Cleber Xavier, o auxiliar de análise Matheus Zacchi (filho de Tite) e ainda queria levar o preparador de goleiros, mas optou por Taffarel, da comissão técnica de Dunga.

Mais que “passar o rapa” na maioria dos profissionais da comissão técnica do Corinthians, Tite convidou Sylvinho, seu ex-auxiliar no clube paulista, para desempenhar a mesma função na Seleção Brasileira.
Sylvinho, quando Tite assumiu a Seleção, foi convidado pelo presidente do Corinthians para ser o treinador do time. Sylvinho negou o convite alegando que não poderia deixar a Europa, onde faz o curso de treinador da Uefa e também trabalha como auxiliar técnico na Inter de Milão.
Negou o Corinthians e aceitou o convite de Tite na Selção.
Clubes, quando trocam de treinadores, são esculachados por falta de planejamento. Treinadores, quando trocam de clubes, são acusados de mercenários.
Esse é um eixo que faz o futebol brasileiro girar.