A vontade de lutar está em seu sangue. Depois arrumar algumas brigas nas ruas de Salvador, Robson decidiu treinar Boxe para melhorar suas habilidades para brigar. Mas o efeito foi inverso. Aprendeu que brigar na rua não faz sentido e utilizou o seu dom dentro dos ringues, desde os 13 anos de idade, para se tornar um dos melhores boxeadores de sua categoria no mundo.
O texto acima está no site oficial da Confederação Brasileira de Boxe e se refere a Robson Conceição, de Boa Vista de São Caetano, na periferia da capital baiana, primeiro campeão olímpico da história do pugilismo do Brasil.
Robson conquistou a medalha de ouro nos Jogos do Rio ao derrotar o francês Sofiane Oumiha na categoria peso leve (até 60kg) por decisão unânime dos jurados. Conceição controlou a luta desde o início e foi absoluto nos três assaltos.
Aos 28 anos, supera as derrotas nas Olimpíadas de 2008 em Pequim e Londres em 2012.
“Ainda não caí na real. Ainda estou vivendo um sonho, um sonho que não quero acordar jamais. Graças ao apoio da torcida, do Brasil inteiro, eu consegui. Hoje sou campeão olímpico. Agradeço a todos. Eu me sinto muito feliz de ser o primeiro campeão olímpico do Brasil, mas o boxe tem ótima qualidade de atletas. Precisa de mais apoio porque tem muitos bons atletas que podem repetir. Quero dar parabéns ao Serpilho de Oliveira (México 1968), primeiro medalhista do Brasil no boxe, ao Esquiva , ao Yamaguchi, para a Adriana”, disse Conceição com a medalha no peito.
Ao receber a medalha, não chorou. Ao ouvir no Hino Nacional, não derramou lágrimas. Cara limpa, sem inchaço, bem diferente do amassado francês Oumiha. Suportou a cerimônia da mesma forma como absorve as pancadas dos adversários na cabeça. Não engoliu seco. Apenas soprou o ar acumulado pela tensão.
No seu tempo de menino brigão de rua em Salvador era conhecido como “Terror”. Precisa dizer mais?