Leila Pereira tem planos ambiciosos no Palmeiras. Não passa por sua cabeça apenas conquistar uma cadeira no Conselho Deliberativo do clube e mais tarde se eleger presidente. De acordo com seu discurso de apresentação aos conselheiros, em um jantar há pouco mais de um mês (veja vídeo abaixo), fica claro seu projeto de se associar ao clube como uma parceira definitiva – se possível fosse, compraria o Palmeiras como bilionários mundo afora têm feito com clubes ingleses. Leila já é mais agressiva, em termos de investimento, do que a Parmalat foi nos anos de 1990 quando se apoderou da gestão do futebol do clube, conquistou títulos importantes e lucrou algo em torno de 60 milhões de dólares (valores da época) com a compra e venda de jogadores.
A financista quer mais. Sua voracidade em busca do poder supera a do ex-presidente Paulo Nobre, um ricaço que despejou no Palmeiras cerca de R$ 200 milhões nos últimos quatro anos. Apenas nesta temporada de 2017, Leila, com o dinheiro de suas empresas Crefisa e Faculdade das Américas (FAM), deve injetar no clube a bagatela de R$ 140 milhões entre patrocínio, compra de jogadores e bônus por conquistas do time até o fim do ano.
Com este volume absurdo de investimento, impensável à realidade atual do futebol brasileiro, Leila, conhecida como a Dona da Crefisa, atraiu a seus pés cartolas há décadas encastelados no poder do Palmeiras e fez beijar seus reluzentes anéis a maior instituição organizada de torcedores do clube, a Mancha Alviverde.
Não foi coincidência Leila reunir Mustafá Contursi e seus pares e mais Paulo Serdan, um dos chefões da facção organizada, na cerimônia de lançamento de sua candidatura ao Conselho Deliberativo do clube nesta quarta-feira (03/2). Mustafá dá as cartas no Palmeiras desde o início dos anos de 90, época do reinado da Parmalat. Serdan, de uma extensa folha corrida, também vive na órbita do clube há mais de 20 anos. A Dona da Crefisa destinou R$ 1,3 milhão para a Mancha investir no seu carnaval.
NOTA OFICIAL – ESCOLA DE SAMBA MANCHA VERDE
No último domingo (29) recebemos a visita da Sra. Leila Pereira e do Sr. Jose na nossa quadra. Eles, através da Crefisa e da Faculdade das Américas, acreditaram no nosso trabalho e através da Lei Rouanet resolveram patrocinar o nosso carnaval de 2017.
Não é novidade para ninguém que o nosso país passa por um momento econômico difícil, de contenção de gastos. E justamente nesse momento nos chegou esse apoio que está nos ajudando a realizar o maior carnaval da história da Mancha, através do patrocínio para a Escola de Samba Mancha Verde e não para a Torcida Mancha Alviverde.
Apoiada por esses personagens e por muita gente que havia perdido prestígio durante o mandato de Paulo Nobre, a Dona da Crefisa chegou a associar as conquistas da Copa do Brasil (2015) e Brasileirão (2016) ao investimento que ela fez na condição dia patrocinadora-parceira. Sem esse dinheiro, no discurso de Leila, o Palmeiras não teria sido campeão.
Veja a longa exposição que a Dona da Crefisa fez a um grupo de conselheiros, há pouco mais de um mês, antes de ser confirmada candidata na chapa de Mustafá Contursi ao Conselho. Acompanhe no vídeo:
Diante desse discurso no vídeo acima, não será surpresa se Leila Pereira assumir a presidência do clube daqui a quatro anos. Seria a conclusão de um ciclo altamente favorável ao Palestra. Uma conjunção inimaginável. Começa com uma empresa disposta a investir R$ 600 milhões na construção da nova arena, o Allianz Parque, com direito de exploração por 30 anos. Passa por um presidente-torcedor com desapego de tirar do seu bolso R$ 200 milhões para amenizar dívidas e reorganizar finanças do clube. E chega a um patrocinador do tamanho da Crefisa com pretensão a se instalar como sócio-proprietária do Palmeiras sem prazo para sair.
(esse post é uma publicação do CHUTEIRA FC – confira mais notícias de futebol)