Ponte Preta se fortalece e enche Palmeiras de dúvidas

Primeiro, derrubou o Santos. Depois, o Palmeiras. A Ponte Preta chega à final do Paulistão 2017 muito mais forte do que se imaginava. A prova definitiva se deu no Allianz Parque com 40 mil torcedores e tendo como adversário um time de múltiplos recursos. Não se apequenou em nenhum momento, mesmo com a clara proposta de apenas se defender. Perdeu o jogo por 1 a 0, mas vai decidir o título com o vencedor do confronto Corinthians x São Paulo.

A Ponte tem todos os motivos do mundo para acreditar que, sim, pode ser campeã.

Suas credenciais passam por uma boa estrutura no meio – com Fernando Bob, Elton e Jadson – e um ataque solidário, forte e rápido com Pottker, Clayson e Lucca. Em casa, é quase imbatível. Fora de seus domínios joga com enorme confiança. Joga como uma grande força, de time de Série A, e com a sua história e tradição. Não chegou até aqui por obra do acaso ou vacilo dos gigantes.

No jogo no sábado (22/4), o Palmeiras precisava reverter uma desvantagem de três gols. Por isso, Eduardo Baptista surpreendeu ao optar por três zagueiros, com Felipe Melo caindo pelo setor esquerdo na linha defensiva com Edu Dracena e Mina. Dessa forma, os laterais Jean e Egidio atuaram como alas. Perfeito do ponto de vista ofensivo, mas sem ninguém para pensar o jogo. A saída de bola era de responsabilidade de Tchê Tchê ou uma e outra investida de Mina. Dudu e Guerra, enfiados no ataque, pouco articularam.

Outro problema: havia pressa demais no Palmeiras. Uma ansiedade de guerreiros quando entram na batalha prontos a destruir o que encontram pelo caminho. Assim a grande área de Aranha virou um campo de guerra. Bolas despejadas uma atrás da outra. Chutes, cabeçadas, corpo a corpo, falta de pontaria e, quando alcançava o alvo, o goleiro da Ponte se virava. Para quem precisava de muitos gols, o prejuízo ficou na conta do time de Baptista.

No segundo tempo, o Palmeiras acelerou ainda mais em busca do gol. Teve cabeça no lugar apenas nos 15 minutos. Depois passou a jogar mais com coração do que com razão. E seu repertório se resumiu aos cruzamentos na área de Aranha.

O time de Campinas não se desesperou. Continuou na sua toada de marcar forte, suportar a pressão de mais de 39 mil pessoas, minar o adversário no lado emocional e fazer valer sua enorme vantagem de ter feito três gols no jogo de ida em casa. Era questão de gastar o tempo e garantir a vaga.

Quando sofreu o gol de Felipe Melo, aos 36 minutos, a Ponte sabia que era tarde para uma reação fulminante do Palmeiras. E sustentou até o fim.

Ao apito final, restou o Allianz Parque aplaudir o esforço dos palmeirenses. Agora a pressão passa a ser a Copa Libertadores. Como no refrão da torcida, obsessão. O time de Eduardo Baptista e o próprio treinador têm de dar uma boa resposta a sua gente. Caso contrário, o clube vai arder.

Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, disse assim ao final da partida: “O Palmeiras sai hoje do Campeonato Paulista mais forte”. Torcedores estão com a palavra.

(texto publicado no CHUTEIRA FC)