Brasileirão 2017 fecha a quarta rodada com a surpreendente Chapecoense na liderança. Escancara a pressão em treinadores, como Zé Ricardo no Flamengo, sem bons resultados. Aumenta a interrogação em cima de Palmeiras e Atlético-MG, dois candidatos ao título. E reforça o bom momento de Grêmio e Corinthians.
FORCA CHAPE
Dizimada na tragédia de Medellín em dezembro, a Chape assume a ponta do campeonato com um futebol no mínimo honesto. Não assombra, mas não se apequena. Diante do Cruzeiro no Mineirão venceu por 2 a 0 e não sofreu nenhum susto. Chama atenção como que em tão pouco tempo Vagner Mancini conseguiu encaixar as peças. Chegaram jogadores de todos os lados e, um a um, ele foi montando o time como se fosse um joguinho de Lego. É uma equipe sólida na defesa, com laterais (Apodi e Reinaldo) de muita velocidade, dois atacantes rápidos (Rossi e Artur Caíque) e volantes que sabem sair (Luiz Antônio e Andrei Girotto). E, o mais difícil, um time de personalidade. Pode sonhar alto.
PANELA DE PRESSÃO
A reação dos torcedores do Flamengo, após o empate sem gols no clássico contra o Botafogo, deixa o técnico Zé Ricardo em situação desconfortável. Ns redes sociais, ele foi acusado de “paneleiro”, aquele treinador que privilegia alguns jogadores, mesmo quando não estão em um bom momento. Muitos flamenguistas pedem a cabeça de Zé Ricardo, associando a irregularidade nesse início do Brasileirão à eliminação precoce na Copa Libertadores. Uma derrota que seja na próxima rodada, e a pressão será insuportável. Boa notícia ao Flamengo foi a volta de Diego Ribas e, enfim, uma boa partida do menino Vinicius Jr.
ESTACIOANDOS
De Palmeias e Atlético-MG se esperava muito ou ainda se espera neste campeonato. Cantados como os dois com os melhores elencos entre os 20 clubes da Série A, não deram boas respostas em quatro rodadas. Neste domingo, eles mediram forças no Allianz Parque e depositaram em suas contas um empate sem gols. Ao Palmeiras não faltou entrega, faltou sim ideia. É um time que não tem clareza de raciocínio, joga sem paciência. E se complica quando tem de fazer gol. O Atlético, nem isso tem. Faz do jogo um esforço para provar que é superior aos outros, mas não sai do lugar. Seus baluartes Fred e Robinho, parece, acusam fadiga de material.
RAMPA DE LANÇAMENTO
Corinthians e Grêmio estão prontos para voar. Fiel ao estilo de não perder nunca o controle da situação e letal no ataque, em especial na combinação de, quem diria, Jô e Romero, abastecidos por Rodriguinho e Jadson, o Corinthians de Carille ensaia um belo campeonato. Despachou o Santos em casa por 2 a 0, sem se preocupar – resultado que provocou a queda de Dorival Júnior no Santos –, e pode aumentar sua ambição. É o mesmo caso do Grêmio. Se bem que o time gaúcho tem alguns predicados a mais. Como esse genial Luan. Campeão olímpico ao lado de Neymar e Gabriel Jesus, esse garoto quer virar gente grande. Não vai demorar se continuar nesse nível de apresentação, como mostrou na vitória (2 a 0) em cima do Vasco.
DANÇA DAS CADEIRAS
Em quatro rodadas do Brasileirão, Vitória, Sport, Atlético-PR, Bahia e Santos já trocaram de treinadores. No Vitória, o diretor e técnico ao mesmo tempo, Petikovic, deixou o comando do time e contratou Alexandre Gallo. Sport despachou Ney Franco e resgatou Vanderlei Luxemburgo, recordista de títulos do Brasileirão, que voltou ao campeonato neste domingo com derrota (1 a 0) para o Avaí fora de casa. O Atlético-PR fez o inverso do Vitória. Paulo Autuori deixou de ser técnico e passou a executivo de futebol do clube paranaense. Seu primeiro ato foi trazer Eduardo Baptista, recém demitido do Palmeiras. No Bahia, Guto Ferreira pediu as contas e pulou para o Internacional na Série B. Seu sucessor no Bahia é Jorginho, ex-Vasco. E o Santos anunciou a saída de Dorival Júnior.
(texto publicado no CHUTEIRA FC – leia mais notícia e opinião de futebol)