Flamengo espreme São Paulo no Morumbi com mais de 51 mil torcedores e se apresenta como favorito à vaga na final da Copa do Brasil no jogo de volta dentro do Maracanã. Vence por 3 a 1 o primeiro confronto, mais por descuido do Tricolor a seus méritos. Valente, inteligente em alguns momentos, time de Rogerio Ceni se rende a um rival mais qualificado e com recursos técnicos acima da média.
Ceni imaginava outro cenário. Mas é seu São Paulo quem cede ao Flamengo a vitória parcial no primeiro tempo. Leva o gol em lance em que tinha uma multidão na defesa e Patrick se arrastando na perseguição a João Gomes. Volante entra em diagonal, livre, e, de cabeça, vence Jandrei.
O gol acomoda o time carioca. Aquela máquina avassaladora em busca de gol, passa andar em marcha lenta. Quase soberba.
Rogerio Ceni avança sua armada, aciona a dupla Reinaldo-Patrick pela ponta esquerda e cria embaraços à defesa rubro-negra.
Dono da casa, São Paulo ensaia bombardeio e por pouco não chega ao empate com chute de Patrick abalando o travessão de Santos. Fla sobrevive e deixa goleiro Jandrei com vida mansa.
Segundo tempo começa com o tricolor ativo e descuidado. Na busca do gol rápido, abre seu campo ao contra-ataque quase mortal do indigesto time de Dorival Junior.
É o momento de Pedro arrancar em passos de torpedo e, ao se ver espremido por dois adversários, rola a bola de forma carinhosa a Gabigol. Prepotente como nunca, o artilheiro erra e manda bola por cima das traves de Jandrei. Imperdoável.
Desperdício de Gabigol inflama ainda mais São Paulo. Ceni troca o lento Patrick por Luciano que teria a missão de formar parceria com Carelli na zona do gol. Gallopo deveria exercer a função de Patrick, ou seja, atacar na ponta-esquerda e marcar as descidas de Rodney.
Tricolor avança ainda mais e avisa ao Flamengo: pode contra-atacar. Um suicídio. No primeiro arranque carioca, Arrascaeta inicia o contragolpe, aciona Vidal, que chama Rodney (sem marcação de Gallopo) e este vira do outro lado para Everton. O meia bate cruzado, Jandrei rebate, Gabigol acorda e toca para o gol: 2 a 0. São Paulo nas cordas.
Desvantagem expressiva obrigava time de Ceni a se reinventar. Buscar ar onde tudo era sufocante.
Quando oxigênio parecia no fim e o silêncio sepulcral assombrava o colosso do Morumbi, tricolor abraça causa dos imortais. Vai pesado ao ataque e chama Nestor ao jogo. O menino responde aproveitando uma certa frouxidão da marcação rubro-negra. Até que aos 28 minutos, acerta um chute rasteiro e forte sem chance a Santos. São Paulo diminui o prejuízo. E faz o Morumbi pulsar mais uma vez.
Restavam 15 minutos. Era se matar por uma recompensa ou padecer na desgraça. No momento em que o empate era real, a conta vem pesada. Everton Cebolinha, que ja estava no jogo desde os 20 minutos do segundo tempo e apagado como vela na gaveta, aparece em passe de Arrascaeta. Do nada, inventa um chute de fora da área e resolve o jogo: 3 a 1. Morumbi murcha.
Flamengo está bem perto da final. Joga em casa dia 15 de setembro, podendo perder por até um gol de diferença. E sabe que tem mais time, repertório e uma boa coleção de reservas que o São Paulo.
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