Brasil está fora da Copa do Mundo Qatar 2022. Desaba nas quartas de final, maldição que assola Seleção desde a Copa de 2006 na Alemanha. É o fim do reinado de seis anos de Tite no comando do escrete. E mais uma queda de Neymar, o astro da desilusão dos últimos dez anos do futebol brasileiro.
Neymar bem que lutou. Fez um golaço com a bênção de Pelé na prorrogação. Igualou a marca do Rei, com 77 gols vestindo a amarelinha. Mas não teve poder suficiente para levar o Brasil às semifinais.
Se Neymar fez quase tudo certo, Tite cometeu erros imperdoáveis no segundo tempo da prorrogação ao não trancar o Brasil. E ainda escolheu mal os batedores na decisão dos pênaltis dando a missão da primeira cobrança ao caçula do time, Rodrygo. Ele bateu e errou. Neymar, o melhor cobrador, ficou por último e nem pode bater o pênalti. Marquinhos errou o quarto e o Brasil caiu eliminado.
O jogo
Croácia bloqueia todas saídas do Brasil no primeiro tempo. Não sofre e conduz o jogo a seu jeito. Troca passes, investe nas costas de Danilo, improvisado na lateral-esquerda e amarelado antes de 30 minutos. Croatas criam alguns embaraços ao sistema defensivo de Tite, mas pouco incomodam goleiro Alisson.
Casemiro travado com Modric no seu encalço, Paquetá perseguido por Kovacic e Neymar guardado no bolso de Brozoivc impediam a Seleção de progredir ao ataque.
O melhor caminho diante da eficiente marcação croata passava pelas investidas de Vini Jr em sintonia com Neymar no setor esquerdo. Dali o Brasil chegou a dois únicos chutes a gol Livakovic.
Outro problema grave da Seleção: Raphinha não era acionado. Militão não descia a dar guarida ao ponteiro. E Richarlison não tinha meios de sair do caixote da zaga croata. Não havia meio-campistas a alimentar essa gente e a controlar o jogo.
Tite teria de mudar Paquetá de função ou substituir por um volante mais dinâmico – Bruno Guimarães, por exemplo. Seria uma válvula de escape rumo ao gol em combinação com Raphinha.
Caso contrário, Seleção ficaria na dependência de uma invenção de Neymar ou dribles de Vini.
Jogo duro, travado aos brasileiros e bem ao gosto dos croatas. Tite volta do intervalo sem mudanças no time. Não troca peças. E o jeito de jogar?
Primeiro ataque do Brasil, bola bate na mão de Sosa. VAR chama, ignora o possível pênalti.
Croácia responde com dois contra-ataques, Modric dá sinais de que vai assumir as rédeas do jogo.
Neymar diz não a Modric. E perde gol ao chutar desequilibrado, após passe de Richarlison.
Brasil mais presente no campo croata. Tite perde paciência com Rpahinha e o troca por Antony. Escrete continua na mesma toada. Sem saber como se desbloquear.
Tite apela. Saca Vini, inibido no segundo tempo, e manda garoto Rodrygo à ponta-esquerda. Agora tinha dois pontas de muito oxigênio. Time se lança ao ataque apoiado por Danilo, Militão, Casemiro e Paquetá, mais os atacantes de ofício.
Ao se ver pressionada, Croácia acalma o jogo. Esfria. Assume troca lenta de passes no meio campo e chama Modric mais uma vez.
Rodrygo não quer que Modric assuma controle da situação. Então, perninhas rápidas, arranca. Serve a Richarlison. Passe a Neymar, que tenta fazer o gol entre as pernas do goleiro Livakovic. Goleiro salva.
É a vez de a torcida empurrar a Seleção. Aumentam decibéis verde-amarelo no estádio. Restam 10 minutos. Um erro que fosse e a casa iria ao chão.
Neymar se adianta a formar parceria com Richarlison. Tite troca Richarlison por Pedro. Sinal de que era para intensificar bombardeio aéreo. Nada feito.
Minutos escorrem na aflição da torcida e da total falta de ideias de um Brasil refém de Neymar. Não havia mais como pensar o jogo, um jeito de chegar ao gol croata. Ansiosos, jogadores brasileiros não vingaram. Decisão vai à prorrogação. Momento de atenção máxima e erro mínimo. Croácia sai fortalecida a encarar os 30 minutos decisivos. Os favoritos ao título foram domados nos 90 minutos.
Primeira parte da prorrogação termina com um golaço de Neymar. No último minuto, craque arranca, chama Rodrygo à tabela, toca e recebe de volta, busca Paquetá dentro da área, toca e recebe, se livra de Sosa e chuta no alto do gol. Um senhor gol. Craque escreve seu nome na Copa do Qatar.
Neymar igualava número de gols de Pelé na Seleção Brasileira, 77. A benção do Rei.
Croatas, incrédulos. Pouco antes do gol de Neymar, perderam um tento feito. Brozovic chutou por cima das traves de Alisson. Essa a diferença, Brozovic não é Neymar.
Nos 15 minutos derradeiros da prorrogação, Tite troca Paquetá por Fred e Militão por Alex Sandro. Era o momento de ver quem não tinha os nervos esgarçados. Croácia ronda campo da Seleção. Dalic manda seus grandalhões na busca do último suspiro.
Quando o Brasil estava todo desarrumado na defesa pensando só em atacar, pecado grave, Casemiro é desarmado por Modric e aciona contra-ataque que acaba em passe certeiro a Petkovic na entrada da grande área. Chute reto desvia em Marquinhos e ilude Alisson. Croácia 1 a 1 Brasil.
Vaga à semifinal agora mais do que nunca dependia em boa parte de Alisson, goleiro que pouco trabalho teve no jogo e prorrogação. Bem diferente de Livakovic, autor de alguns milagres. Era decisão nos pênaltis.
Livakovic defende pênalti de Rodrygo, o primeiro a bater. Croatas não erram nenhum. Marquinhos acerta trave e Brasil esta fora da Copa. Croácia avança às semifinais.
Jogadores do Brasil desabam, um a um tombam no gramado. Lágrimas aos montes. Neymar deita com rosto na grama molhada e mistura seu choro ao chão úmido. Estava desfeito seu sonho de conquistar uma Copa do Mundo.
Brasil não acaba com maldição das quartas de final. Mais uma vez eliminado por uma seleção europeia. É o fim da era Tite. E o começo de uma nova geração sentindo na pele a dor cruel de uma derrota.

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