Policial armado atira no goleiro Ramon, do Grêmio Anápolis (GO), quase à queima-roupa. A bala de borracha atinge a coxa do jogador e abre um buraco nos músculos da perna. Tudo isso dentro de campo, após confusão no jogo Grêmio Anápolis x Centro Oeste, quarta-feira (10/7), na 12.a rodada da divisão de acesso do Campeonato Goiano.

Ato covarde e abominável do policial militar depõe contra a militarização dos estádios de futebol no Brasil. Para quê tanta polícia armada dentro dos estádios? Escala dos milicos no futebol vem dos anos 1970, período de ditadura militar no país, e perdura até hoje.

Nos estádios, placas LED publicitárias são dominadas por sites de apostas esportivas. Brasileirão 2024 é patrocinado por uma casa de apostas em contrato com a CBF estimado entre R$ 70 a R$ 80 milhões.

Dos 20 clubes da Série A do Brasileirão, 16 têm camisas patrocinadas por sites de casas de apostas. Juntas, investem pouco mais R$ 555 milhões em 2024 – em 2023, o investimento era R$ 330 milhões.

Diante dessa dinheirama toda despejada pelos sites esportivos pode se afirmar que o futebol brasileiro está dominado pela jogatina online.

Problemas de infraestrutura persistem. Gramados fora do padrão, alguns impraticáveis ao futebol.

VAR operando em tecnologia pré-histórica a se comparar ao que se viu na Eurocopa 2024. Junta-se a isso a baixa qualidade da arbitragem nacional.

Calendário defasado, arcaico, fora da realidade internacional. E o maiores prejudicados, os jogadores, não se manifestam.

Veja um caso negativo do calendário: jogador que atua em clube brasileiro tem pouca chance de chegar à Seleção Brasileira não pela falta de qualidade técnica e sim por questões políticas. Como nossos campeonatos não param nas datas de jogos (amistosos e torneios) da Seleção, técnico do escrete fica privado de convocar jogadores locais para não prejudicar os clubes.

Exemplo: Uruguai convocou quatro jogadores do Flamengo – Arrascaeta, De la Cruz, Viña e Varela para Copa América 2024 – e o Chile levou Pulgar. Na Seleção Brasileira, Dorival Júnior não teria como chamar Pedro e Gerson. Flamengo ficaria sem sete jogadores em 9 rodadas do Brasileirão. Coincidência, Uruguai eliminou o Brasil na Copa América.

Chegamos na rodada mais recente do Brasileirão. Presidente do São Paulo, Juilo Casares, alegando gol ilegal de Paulinho (Atlético-MG) validado pelo VAR, posta imagem no Twitter.

Técnico Zubeldia acusa árbitro de apitar a favor do clube mineiro em lance de falta na medida para Hulk bater, esbraveja contra decisão do VAR no gol de Paulinho e recorre à imagem postada no Twitter pelo presidente do clube. Tem chilique nos vestiários contra repórter da TV Globo. Soca painel de publicidade dos patrocinadores da CBF no Brasileirão instalado à beira do campo. No resumo da ópera, técnico do São Paulo entende que a arbitragem foi premeditada a favor do Atlético.

Detalhe: Julio Casares, presidente do São Paulo, foi nomeado pela CBF para chefiar a delegação da Seleção Brasileira na Copa América 2024 nos EUA. Casares passou pelo menos 25 dias ao lado de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, durante o torneio.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras – foto: Palmeiras oficial

Time de “índios”

Enquanto Zubeldia cuspia marimbondos na entrevista coletiva, Abel Ferreira, em declaração infeliz, disse que o Palmeiras não é uma “equipe de índios, sem organização”, após jogo Palmeiras 3 x 1 Atlético-GO. Técnico português prontamente foi acusado de usar expressão xenofóbica.

Assessoria de imprensa do Palmeiras disse que “em momento algum teve a intenção de ofender alguém” e que “utilizou uma expressão comum no futebol”.

reprodução Instagram

Na década de 1990, treinadores brasileiros costumavam falar que seus times não iam “atacar como índios”, jargão referente aos filmes de faroeste de Hollywood em que os indígenas atacavam sem estratégia a cavalaria americana e sempre morriam no final.

Em 2019, o técnico português Jorge Jesus, do Flamengo, também usou “time de índio” se referindo à organização de sua equipe.

“Já teve enquete aí da equipe do Flamengo e a equipe que o pessoal quer é aquela que… Parece equipe de índio [todo mundo ataca]. É possível? É. Vai correr risco? Vai. Vai ter alguns problemas sem a bola? Vai, mas vai criar também para os adversários. Não é impossível jogar desta maneira …”, disse Jorge Jesus, técnico do Flamengo em 2019.

Passou da hora de a CBF, clubes e entidades afins executarem profundas reformas estruturais no futebol brasileiro. 


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