Luiz Antônio Prósperi – 7 dezembro (11h05) –
Brasileirão 2024 chega à última rodada (38.ª) com disputa de título, pavor do rebaixamento, dramas, despedidas, derrota do futebol para a violência, sucessos e fracassos da SAF e graves problemas de gestão da CBF. Muitas histórias serão contadas nesse domingo (08/12) a partir das 16h. Fique de olho.
Centro das atenções da 38.ª rodada, a última do campeonato, é a corrida pela taça. Botafogo e Palmeiras estão credenciados à decisão.
Botafogo é o favorito. Joga por um empate ou vitória contra o São Paulo no “tapetinho” do estádio Nilton Santos.
Cabe aí um alerta. Consenso geral na torcida do São Paulo é de entregar o jogo ao Botafogo para não deixar o Palmeiras engatar o terceiro título consecutivo do Brasileirão. São Paulo é o único tricampeão seguido desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos.
No imaginário da torcida, tudo bem. E os jogadores e técnico do São Paulo, o que pensam disso? Dignidade de cada um está em jogo.
Uma eventual derrota do Tricolor seria normal. Botafogo tem mais time, joga em casa. Portanto, conspirações tão comuns no futebol soam fora da realidade nesse cenário.
Palmeiras também pode ser campeão. Não tem outra alternativa a não ser vencer o Fluminense no Allianz e ainda torcer por vitória do São Paulo contra o Botafogo. E, ao final da rodada, refletir o que foi a temporada de um time acostumado às grandes conquistas nos últimos dez anos.
PAVOR DO REBAIXAMENTO
Parte baixa da tabela está permeada de dramas. Finalistas das três últimas Libertadores entram em pânico na última rodada: Fluminense (campeão da América em 2023), Atlético-MG (vice em 2024) e Atlético-PR (vice em 2022) podem ser rebaixados à Série B.
Fluminense (43 pontos) enfrenta o Palmeiras no Allianz e o Atlético-MG (44) recebe o Atlético-PR (42) em Minas. Se o Galo vencer, garante vaga na Série A, carrega o Flu junto e derruba o time paranaense. Bragantino se salva com uma vitória simples diante do rebaixado Criciúma.
Outras combinações de resultados podem definir os degolados e os que devem escapar da queda.
DESPEDIDAS
Gabigol e Dudu escrevem seus últimos capítulos em seus times nessa derradeira rodada do campeonato. Ídolos em despedidas.
Flamengo tem festa programada no Maracanã no jogo com o Vitória. Gabigol vai dar adeus ao Rubro-Negro após seis anos de muitos gols e conquistas no clube – 13 títulos, 160 gols e 307 jogos. Confirmado.
Dudu também deve sair de cena do Palmeiras. Ídolo maior do clube no chamado período de reconstrução (2015 a 2024), o atacante tem contrato até o fim de 2025. Por ordem superior, falamos de Leila Pereira, o Baixola pode ir embora se despedindo da torcida na partida contra o Fluminense. Confirmar. Dudu no Palmeiras: 12 títulos, 88 gols e 461 jogos.
VIOLÊNCIA
CBF, clubes e sociedade se rendem à violência no futebol. Emboscada de torcidas organizadas Mancha Verde (Palmeiras) x Máfia Azul (Cruzeiro), atentado terrorista. Brigas e bombas nas arenas do Atlético-MG, Athletico-PR, Vasco. Gramados ruins (Castelão, Fonte Nova, São Januário, Barradão), calendário desajustado nas datas Fifa e acúmulo de jogos em meses como agosto e novembro. Resumo lamentável: Cruzeiro 1 x 2 Palmeiras, 37.ª rodada, de portões fechados no Mineirão por causa da violência das torcidas, incompetência geral dos órgãos de segurança e gestão da CBF.
DINHEIRO
Brasileirão 2024 reafirma poder da grana com a implantação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e das bets (apostas esportivas). Clubes SAF: Botafogo (favorito ao título), Fortaleza (presença constante no G-4 do campeonato), Bahia (na briga por Libertadores), Atlético-MG (finalista da Copa do Brasil e Libertadores), Cruzeiro (finalista da Copa Sul-Americana).
Botafogo, campeão da Libertadores e virtual campeão brasileiro, tinha dívida de R$ 1 bilhão em 2020. Em 2022 virou SAF e foi vendido ao americano John Textor por R$ 395 milhões. Textor injetou algo próximo de R$ 500 milhões no clube. E a Estrela Solitária volta a brilhar.
Dos 20 clubes da Série A, apenas Palmeiras, Cuiabá, Internacional e Grêmio não têm patrocínio master das casas de apostas (bets). Difícil mensurar o total de investimento das bets no futebol brasileiro. Levantamento da revista Exame, em outubro, dava conta de um aporte de pouco mais de R$ 630 milhões nos clubes, entre patrocínios de camisa, jogadores, placas de publicidade nos estádios e outros tipos de marketing. Dados da CBF apontam: 9,4 milhões de torcedores nas arquibancadas – média de 25.586 – em 37 rodadas.
Detalhe, a CBF vendeu o nome do Brasileirão 2024 à casa de apostas. Agora é Brasileirão Betano. Brasileirãããooo, Betaaannnoo. Haja…
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