Luiz Antônio Prósperi – 30 março (14h25) –

Por onde andam nossos sábios do futebol? Do pouco que se tem claro de suas andanças, perambulam por aí quase sem voz, sem espaço. Pouco contribuem com que têm de conhecimento acumulado no mundo a bola. Desperdício de material humano. Quem poderia dar vez aos sábios seria a CBF. Parece que sabedoria não combina com a CBF. O tratamento dado à Seleção Brasileira é a tradução perfeita do descaso. Nem leva em conta a grave crise que o escrete vive.

Não é hora de entregar a Seleção a quem conhece do riscado?

Veja o que acontece nas instituições internacionais que dirigem o futebol. Fifa, por exemplo. Tem lá o que a entidade chama de Taske Force, a Força-Tarefa, comandada por Arsène Wenger para estudar e apontar diretrizes em nome do bem-estar dos jogadores.

Wenger, ex-treinador consagrado no futebol inglês, tem ao seu redor ex-jogadores renomados, profissionais de diversas áreas, a debater e propor planos de ação sobre os cuidados físicos e mentais dos jogadores.

A Conmebol, tão relapsa e ditatorial como a CBF, acaba de criar uma Taske Force para combater o racismo no futebol sul-americano. Ronaldo Fenômeno lidera o grupo de agentes, como a senegalesa Fatma Samoura, primeira secretária-geral da Fifa, e mais representantes de jogadores nessa Forca-Tarefa.

E a CBF?

De concreto, um arremedo de Taske Force para avaliar a arbitragem no Brasileirão 2025. Pouco.

CBF deveria pensar numa Taske Force, Força-Tarefa de verdade, para modelar o projeto de uma nova Seleção Brasileira. Que rumo seguir? Como integrar as seleções de base e a principal? Qual perfil dos diretores e das comissões técnicas? Qual modelo de jogo seguir?

Nomes não faltam para formar a Taske Force da Seleção. Temos muitos sábios do futebol largados por aí.

Sugestão de nomes? Anote aí:

Tostão, Vanderlei Luxemburgo, Rivellino, Zico, Falcão, Alex (ex-Palmeiras e Cruzeiro), Junior (ex-lateral, hoje comentarista), Roque Junior, Luis Felipe Scolari, Leonardo (ex-lateral, hoje diretor executivo de futebol), Carlos Alberto Parreira, Raí, Cafu, Moracy Sant’Anna (preparador físico), representantes da imprensa esportiva séria, um empresário idôneo de jogador de futebol. E muitos nomes mais.

Todos profissionais de bons serviços prestados à Seleção e ao futebol brasileiro. Gente de boa cabeça e de muito conhecimento.

Seria o Conselho dos Sábios a trabalhar a favor do futebol. Uma Força-Tarefa sem se deixar levar pelo clubismo, intrigas e esgoto das redes sociais, sem personalismo, sem vaidades. E disposto a compartilhar suas ideias ao bem comum.

Problema nem é aceitação dos torcedores e dirigentes de velhos hábitos encastelados nas federações estaduais e na casa maior CBF.

A encrenca nesse processo é o futebol brasileiro entender que mais do que nunca precisamos dos sábios, de gente que entende de futebol, para repensar a Seleção Brasileira.

Ednaldo Rodrigues, atual presidente com longo mandato pela frente na CBF, não parece disposto a dar ouvidos a quem de direito.

Desconfiado, a ponto de remover todas as câmeras instaladas nas salas da CBF com medo de ser espionado, Ednaldo cada vez mais pensa sozinho.

E no momento procura um novo messias para assumir a Seleção Brasileira.

Vamos rumo à Copa do Mundo de 2026 sem projeto, sem ideias. Sem saber o que fazer com Neymar.

Vamos ficar na dependência desse novo messias, eleito pela CBF, produzir um milagre na busca do hexa.

Sabedoria não anda ao lado da CBF.

Enquanto isso nossos sábios vivem de raspar as cores para o mofo aparecer.

(com perdão dos leitores, a Crônica Sabática é publicada neste domingo, 30/3)


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