
Desde o colapso do clube com o impeachment de Carlos Miguel Aidar, seguido de renúncia, na temporada passada, o São Paulo não para de errar. Há um acúmulo de enganos e apostas equivocadas. Não consegue se reerguer e a cada dia se apequena na gestão do futebol.
Tem saída? Se repensar alguns conceitos e partir por uma reorganização política e administrativa, pode reencontrar o caminho das vitórias. Antes de tudo é preciso admitir que cometeu pecados graves e dormiu, como diz seu hino, na aura de que “as tuas glórias vêm do passado”.
Uma análise simples, sem revolver as entranhas do clube, é fácil nomear aqui todos passos falsos dados pelos que comandam o São Paulo. Anote aí:
- Quando Carlos Augusto de Barros e Silva, conhecido por Leco, herdou a presidência do clube com o afastamento de Carlos Miguel Aidar, se esperava por mudanças radicais. Leco perdeu tempo e sustentou Ataíde Gil Guerreiro e Gustavo Vieira no comando do futebol.
- Não passou a limpo a gestão Aidar, com todas as investigações e decisões que um Conselho de Ética isento poderia adotar. Entregou ao tempo e não pacificou o clube.
- No futebol, apostou mais uma vez em um técnico estrangeiro, o argentino Edgardo Bauza, após a desastrada passagem do colombiano Juan Carlos Osorio. Manda a cautela não arriscar com treinadores estrangeiros quando o clube vive momentos de turbulência.
- Dispensou Milton Cruz, com 22 anos de serviços prestados ao clube, quando a casa estava revirada com tímidas reformas no núcleo técnico do time.
- Contratou Diego Lugano, mais uma vez de olho nas glórias do passado, que já flertava com a aposentadoria no Paraguai. Sem fôlego, tem sido presa fácil aos atacantes.
- Errou ao gastar bom dinheiro com Kieza, em vez de buscar um atacante da envergadura do São Paulo.
- Correu risco com Calleri e Maicon, jogadores com prazo de validade de seis meses.
- Não contratou um goleiro de nome, experiente, após aposentadoria de Rogério Ceni. Denis, sem sequência de jogos há umas cinco temporadas, não teria lastro para ser o sucessor de Ceni.
- Na armação do time, Bauza e outros treinadores insistem escalar Rodrigo Caio de zagueiro, posição em que ele coleciona desastres um atrás do outro. De volante, ele é capitão da Seleção Olímpica.
- Endividado, o clube atrasa salários e não consegue controlar os jogadores.
Mas, calma aí torcedor são-paulino, se o time vencer o The Strongest e se classificar às oitavas de final da Libertadores, tudo voltará ao normal até o próximo fiasco como este diante do Osasco Audax no domingo.