Portugal entregou a taça da Eurocopa a Cristiano Ronaldo. Maior astro do torneio, o craque saiu da decisão aos 24 minutos do primeiro tempo com o joelho esquerdo esgarçado. Sem seu sol, a seleção portuguesa se iluminou com personalidade até derrotar a anfitriã França, com um gol de Eder no segundo tempo da prorrogação.
Triunfo de Portugal é um brinde ao regulamento sem nexo da Euro, em que um time pode ser campeão com seis empates em sete jogos. Tudo deu certo à seleção portuguesa. Sem ter de enfrentar nenhuma grande potência, viu camisas pesadas caindo do varal. Primeiro, Inglaterra e Espanha. Depois, Itália e Alemanha. Até sobrar justo a França.
Franceses entraram como favoritos na final por ter despachado os alemães na semifinal em um jogo em que marcaram como nunca e golpearam nos momentos cruciais. Nesta partida, os donos da casa despejaram barris de suor e queimaram neurônios como nunca. Chegariam desagastados na decisão.
Do outro lado, Portugal, que havia eliminado o modesto País de Gales um dia antes, chegava altivo, tendo como lanceiro o craque Cristiano Ronaldo. A favor dos portugueses a certeza de que a obrigação de levantar a taça caberia à França. Quanto a eles, apenas honrar a pátria e esperar por um dádiva de Cristiano.
Começa a decisão, e os franceses ensaiam um domínio da situação. O goleiro Rui Patrício dá início à construção de um paredão. Portugueses encaram de frente, sem medo. De repetente, cai um raio no Stade de France. Em uma dividida com Payet, Cristiano Ronaldo avaria o joelho. Começa do drama, aos 24 minutos.
O craque sai de campo. Volta com joelho enfaixado. Chora. E pede arrego. Sai carregado numa maca apertando os olhos de choro. A imagem ganha o mundo, enfraquece torcedores lusitanos no estádio, derrota fãs nos parques de Paris e de Lisboa.
Com o astro fora de cena, o time de Portugal assume uma personalidade inimaginável. Encara a França de igual para igual. Franceses continuam em cima. Rui Patrício vai tomando a dimensão de um gigante. Griezmann, o arteiro que havia bagunçado os adversários até a final, desaparece do jogo. Pogba vira mais músculos e perde a criatividade.
O jogo acaba no empate por 0 a 0. Havia 30 minutos de prorrogação. Mentalmente, os franceses estavam liquidados. Não havia mais de onde tirar suor do corpo. Entra em campo Eder e com ele o destino da final da Euro. No início do segundo tempo da prorrogação Eder acerta um chute de fora da área, sem força, e a bola morre no canto direito de Lloris. Gol de Portugal. Gol do título.
Mandaram buscar Cristiano Ronaldo nos vestiários. O craque entra capengando e fica gritando ao lado do técnico português. Ele sabia que em pouco mais de cinco minutos seria campeão europeu de seleções pela primeira vez. Vem o apito final.Tudo estava consumado. Portugal campeão da Eurocopa. A taça já estava nas mãos do craque.
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