Corinthians volta a vencer no Brasileirão após angustiantes seis rodadas sem um único triunfo. De virada, derrotou o desesperado Vitória por 2 a 1 no Itaquerão a 9 graus nesta noite de segunda-feira. O resultado, a marcar a reconciliação com a torcida, se deve à entrada de Marlone no segundo tempo. Ele foi começo de tudo até a vitória. E provou ao técnico Cristóvão Borges que tem lugar nesse time.
Aliás, é bom mesmo Cristóvão arrumar um jeito de encaixar Marlone entre os titulares. Não fosse por sua entrada e a cabeça do treinador já estaria na bandeja.
ANÁLISE DO JOGO
Corinthians fechou primeiro tempo com derrota parcial por 1 a 0, fruto de um gol contra de Yago, aos 42 minutos. A falha do zagueiro é mais um sintoma de que o sistema defensivo não passa confiança.
O Vitória chegou a esse gol em uma jogada que o próprio Corinthians havia feito pelo menos umas quatro vezes, mas sem sucesso. É a tal da bola rápida na linha de fundo e o cruzamento rasteiro para dentro da área. A diferença é que os zagueiros e laterais do time baiano rebateram todos. E os do time paulista, não.
Fora o gol sofrido, o Corinthians também não teve competência no ataque – uma deficiência crônica desde que Cristóvão Borges assumiu. Não há um finalizador de estirpe dos goleadores. A tentativa com Guilherme, com liberdade para flutuar entre os zagueiros, não funcionou. Guilherme é lerdo, precisa da bola nos pés e demora para tomar decisões. Virou presa fácil.
Outro problema cada vez mais insolúvel é o baixo aproveitamento das boas jogadas criadas pelos laterais Fagner e Uendel. Os dois chegam fácil na zona de gol, mas não têm com quem dialogar. Por isso arriscam chutes de fora da área. Deles partiram as jogadas mais agudas do time paulista.
E, por fim, a correria dos meias Elias e Rodriguinho sem destino. Muitas vezes os dois saíam ao ataque e não davam fim às jogadas.
Do lado do Vitória, nada de extraordinário. Marcação honesta, bolas esticadas para a correria de Marinho e a chegada de Kieza e Wander entre os zagueiros. Estratégia rudimentar, mas que valeu um gol e a vantagem parcial.
No segundo tempo, Cristóvão precisar revirar o time, fazer algo de diferente. Então ele voltou com Marlone no lugar de Romero, jogador de pouquíssimos recursos. Marlone entrou para jogar na ponta-esquerda partindo em diagonal em busca da área. E na sua primeira tentativa, arriscou de longe com um balaço para empatar o jogo.
O gol fez o Itaquerão pulsar mais forte e acordou Guilherme. Ele deixou a função de 9 e voltou para armar o ataque, um arco a acionar Marlone e Marquinhos Gabriel. O Corinthians ficava mais ativo.
A resposta do Vitória foi apostar tudo em Marinho. Esforçado, sofreu uma sequência de faltas e se aquietou.
Enquanto isso, Guilherme continuava articulando o ataque. Dele saiu o passe para Marlone, daí a Uendel e o cruzamento para Marquinhos Gabriel fazer o segundo gol, o da virada, aos 26.
Hierarquia restabelecida no Itaquerão, o Corinthians recuou sua armada e passou a jogar no desespero do adversário, em luta constante contra a zona de rebaixamento. Era apenas uma questão de gastar o tempo.
Inquieta a torcida aguardou o apito final para aplaudir seu time que se reconciliava com os triunfos após seis rodadas sem vencer.
FICHA DO JOGO
Corinthians 2 x 1 Vitória
Gols: Yago (contra), aos 42 minutos do primeiro tempo; Marlone, aos 5; Marquinhos Gabriel, aos 26 minutos do segundo tempo.
Corinthians: Cássio, Fagner, Yago, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique (Christian), Rodriguinho e Elias; Romero, Guilherme e Marquinhos Gabriel (Giovanni Augusto). Técnico: Cristóvão Borges
Vitória: Fernando Miguel, Diogo Matheus (Euller), Kanu, Victor Ramos e Diego Renan; Willian Farias, Marcelo, Cádernas (Serginho) e Wander; Marinho, Kieza. Técnico: Vagner Mancini
Juiz: Bruno Abreu de Araújo
Cartões amarelos: Marinho, Diogo Matheus, Wander, Balbuena, Fagner, Marcelo.
Local: Itaquerão