São Paulo está à beira de um colapso e muito perto de embicar em uma crise permanente até o fim desta temporada. Há suspeita de relacionamento ruim entre jogadores. A derrota diante do Juventude, time em situação complicada na Série C do Brasileirão, só fez aumentar a fervura no Morumbi. É tão nítida a gravidade do problema a ponto de o zagueiro Maicon, uma liderança no grupo, cobrar a intervenção dos dirigentes. E urgente.
Veja o apelo de Maicon após o desastre no Morumbi com a derrota na Copa do Brasil:
“O que está acontecendo é uma vergonha. Mudou de treinador, é um treinador que tem feito um bom trabalho, apesar de pouco tempo. Mas a gente não está assimilando da melhor maneira possível. A gente está perdendo jogos dentro de casa que não é para perder. A diretoria precisa intervir, descobrir onde está o erro, isso passa pelos jogadores e pela comissão técnica também”.
Quando um jogador de liderança pede ação rápida dos cartolas é porque o naufrágio é certo, é questão de tempo.
Se desconfia de um famoso racha entre os jogadores. Um sintoma dessa divergência foi o longo diálogo entre o uruguaio Diego Lugano, um dos chefes do vestiário, e o argentino Buffarini, recém-chegado ao clube, ao final da partida sentados sozinhos no banco de reservas. Os dois conversaram por bons dez minutos quando não havia mais ninguém no campo a não ser repórteres que cobriram o jogo no Morumbi.
Dois estrangeiros isolados do grupo é sintoma de que algo de muito estranho ronda o universo dos jogadores. Não por acaso, Maicon cobrou união. Veja o que disse o zagueiro:
“Todos têm que se unir e ver onde está o erro do São Paulo. A gente tem que estar sincronizado para tentar achar uma solução para sair dessa situação. Cada jogador está focado, ciente do que pode fazer. Claro que o São Paulo de hoje não é o mesmo da Libertadores, isso tem que ficar bem claro. Sou bastante cobrado, principalmente em redes sociais, pelo Maicon de seis meses atrás. Mas tem que ver que não é o São Paulo de dois, três meses atrás”.
A expectativa é por um pronunciamento do comando do clube nesta quinta-feira (25/8) diante de mais uma derrota desastrosa e dos sinais de crise de relacionamento entre os jogadores.
Ao perder do Juventude por 2 a 1, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, o São Paulo precisa vencer o jogo de volta em Caxias por dois gols de diferença para continuar vivo na competição.
No Brasileirão, a luta é não se aproximar da zona de rebaixamento já neste início de segundo turno. O perigo é logo ali.
“Nossa equipe não está conseguindo trocar três passes e a defesa fica exposta. Toda hora a bola chega ao nosso gol e uma acaba entrando. O São Paulo é time grande e está jogando como time pequeno. A gente viu um São Paulo muito inferior contra o Inter (empate por 1 a 1 no Sul no domingo). Todos os jogadores têm de mostrar responsabilidade e vergonha na cara”, disse Maicon, encerrando o assunto.
Dirigentes que esfarelaram o time, com a venda de Ganso, a saída de Alan Kardec e Calleri e a iminente perda de Rodrigo Caio, estão com a palavra. Também não perceberam que não se preparam ao deixar escapar Edgardo Bauza, de pífios resultados em pouco mais de 50 jogos.
O São Paulo entrou em um caminho, parece, sem volta. É preciso pensar na temporada de 2017. A de 2016 acabou.