12 de setembro de 2016 – 12h50 – Veja análises e projeções de temas da 24.ª rodada do Campeonato Brasileiro que deixa o Palmeiras a um ponto de frente do Flamengo. E ainda um relatório da CBF sobre bola rolando até a 22.ª rodada.
1. Palmeiras entra na semana de decisões e vive drama com Gabriel Jesus
Empate contra o Grêmio não foi ruim. Evidente que a vitória encaminharia, e muito, a conquista do título. Cuca armou o time para não perder e se deu bem. Sustenta vantagem de um ponto a mais que o Flamengo, seu rival nesta quarta-feira no Allianz Parque. Se passar pelo time carioca, vai abrir confortáveis quatro pontos e abafar o entusiasmo do principal adversário até aqui na busca da taça. Como o Fla não deve ter torcedores no Allianz, em função da punição do STJD, é de se prever a mobilização intensa da torcida palmeirense dentro e fora da arena. Movimento bem parecido à final da Copa do Brasil do ano passado contra o Santos. Aquele pedaço da Pompeia vai arder. A única nota fora do script é a possível ausência de Gabriel Jesus – passaria por exames nesta segunda-feira – com suspeita de lesão na coxa esquerda.
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2. Flamengo não perde a confiança e tem sequência mais leve que Palmeiras
Inebriado com essa chatice de “cheirinho de hepta” espalhado pelos seus torcedores, o Flamengo tem feito bem a lição dos que brigam pelo título. No sábado, depois de sofrer um pouco no primeiro tempo, fez gato e sapato do Vitória – aliás a derrota do time baiano derrubou o técnico Vagner Mancini, demitido após a partida – e venceu por apenas 2 a 1. Derrotar o Palmeiras deixa o Fla bem perto do título. A tabela mostra que o time terá, na teoria, dois adversários fracos em casa: Figueirense e Cruzeiro, que brigam contra o rebaixamento.
3. Corinthians não sobrevive com as incertezas de Cristóvão Borges
Dá pena ver como Cristóvão Borges não se impõe no comando do Corinthians. A irregularidade do time e as soluções encontradas pelo treinador não convencem nem mesmo o seu mais fanático torcedor. Contra o Santos, neste domingo na Vila, o treinador foi acusado nas redes sociais de responsável pela derrota (2 a 1). A bronca dos corintianos se deu em cima da covardia de Borges – ou teria sido erro de estratégia? – ao enquadrar o Santos no primeiro tempo e baixar a guarda no segundo quando, por sua decisão, quebrou o esquema que havia dado certo. Tomou uma virada espetacular e ficou a sete pontos do líder Palmeiras. Equívocos desse tamanho em um clássico fora de casa comprometem o futuro do técnico.
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4. Imbatível na Vila, Santos precisa dar um jeito em Lucas Lima
Sem Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Victor Ferraz, todos suspensos, Santos fez valer a força de jogar na Vila e virou o clássico em cima do Corinthians. A vitória reforça a tese de que o grupo de jogadores é bom e dá para sonhar alto. O problema é devolver Lucas Lima ao futebol de excelência que ele havia mostrado no ano passado e no início dessa temporada. No Brasileirão, Lucas acumula 7 cartões amarelos e 2 vermelhos. Não vingou ainda na Seleção Brasileira, como ele esperava, nem com Dunga e muito menos com Tite. E não arrumou uma transferência a um grande clube da Europa. Passou da hora de Dorival Júnior cuidar de perto de Lucas Lima. Se sem o seu craque, o time caminha bem, com ele pode ir longe. Mas, a 8 pontos do líder, já pode esquecer a briga pelo título do Brasileirão.
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5. São Paulo volta a respirar e tem muito chão ainda a caminhar
Derrotar o Figueirense era fundamental. Tratava-se de um rival direto na luta contra a zona do rebaixamento. O São Paulo respondeu bem à enorme tarefa quer tinha pela frente naquela partida, dois dias após a posse de Marco Aurélio Cunha no comando do futebol do clube. Difícil saber se esse time, refém de gols de estrangeiros, tem estofo para emendar uma sequência de boas vitórias. A próxima parada é bem azeda. Encara o Atlético-PR na Arena da Baixada, palco onde tem um déficit absurdo. É como uma prova de fogo. Se bater o Furacão, pode voltar a respirar sem aparelhos.
São Paulo sai do inferno e abre quatro pontos da zona da degola
6. Botafogo, quem diria, já é o oitavo colocado e pede passagem
Apostar algum vintém no Botafogo no início do Brasileirão era um risco. Sem folga no caixa e grupo de jogadores medianos, o time namorou forte a zona da degola. Colecionou uma derrota atrás da outra. Quando as coisas começaram a clarear, perdeu Ricardo Gomes para o São Paulo. Prenúncio de que o time voltaria ao sufoco. Jair Ventura assumiu e encorajou mais o time com um futebol de marcação acirrada e golpeadas certeiras no ataque, em especial com Camilo. Nos últimos cinco jogos, perdeu um e venceu quatro. Aquele time acanhado da primeira parte do Brasileirão, ficou atrevido a ponto de aniquilar o Cruzeiro, tão badalado sem razão com a volta de Mano Menezes, em pleno Mineirão neste domingo com a vitória por 2 a 0. Botafogo recebe o Santos na sua acanhada arena no Rio e se vencer, vai brigar pelo G-4. Acreditem, é verdade.
7. CBF divulga relatório com tempo de bola rolando até a 22.ª rodada. Veja:
Diz a análise da CBF que “o Brasileirão 2016 alcançou enorme crescimento no número de partidas com mais de 60 minutos de bola rolando, tempo ideal indicado pela FIFA. De acordo com dados chancelados pela Comissão de Arbitragem da CBF, a quantidade de partidas com esse status quase quintuplicou no campeonato deste ano”.
“Nas primeiras 22 rodadas do Brasileirão, 66 partidas tiveram mais de 60 minutos de bola em jogo. No ano passado, a essa altura da competição, eram 38 partidas com o índice desejado. Em 2014, o levantamento indicava 14 confrontos com tempo ideal. De 2014, quando foi feito o primeiro levantamento, para 2016, o salto foi de 471%.
BRASILEIRÃO 2016
Dados de 220 jogos (1ª até a 22ª rodada)
Cartões amarelos
2015: 1044 (4,77 por partida)
2016: 1018 (4,63)
Cartões vermelhos
2015: 60 (0,27)
2016: 46 (0,21)
Faltas
2015: 6.126 (27,85)
2016: 6.725 (30,57)
Tempo médio de bola rolando
2014: 52’27” (total)
2015: 54’05” (total)
2016: 55’30” (220 jogos)
Jogos acima de 60 minutos (tempo ideal apontado pela FIFA)
2014: 14
2015: 38
2016: 66