Palmeiras se impõe como líder, sua sangue em Minas e pode ser campeão domingo na sua casa

image-1Palmeiras entortou mais um adversário na contagem regressiva rumo ao título do Brasileirão que não conquista há 22 anos. Ao empatar por 1 a 1 com o Atlético-MG fora de casa, consolidou a chance de ser campeão com duas vitórias na sua morada, contra Botafogo e Chapecoense. Ser campeão no Allianz Parque era uma ambição desde a reconstrução desse time há quatro anos. No domingo, se vencer o Botafogo, o Santos perder para o Cruzeiro e o Flamengo empatar com o Coritiba, a taça já pode ser enviada diretamente a rua Palestra Itália.

O empate em Minas provou que o Palmeiras tem todos os ingredientes de um campeão. Goleiro salvador, zaga dura, meio-campo guerreiro e leve quando o coração exige, e um ataque letal quando necessário. Time deixou sua alma no estádio Independência em BH.

No Primeiro tempo saiu faísca. Desde o apito inicial, a disputa por espaço se deu como uma batalha. Não se podia respirar, nem ter cabeça fria. O jogo deveria ser no ritmo do sangue nas veias, sem oxigênio. Um intenso debate físico sem trégua.

Dono da casa, Atlético-MG se impôs como um rolo compressor. Maicosuel, Robinho e Luan trocavam de posições e confundiam a marcação. Virtuosos com a bola nos pés, desequilibravam. Fred, inteligente, tirava Edu Dracena da grande área. Thiago Santos e Moisés não sabiam a quem pegar. Jean e Egídio não saíam lá de trás.

Palmeiras, mesmo desorganizado, suportou o Tsunami. Levou sorte em alguns lances agudos a favor do time mineiro e acendeu a luz em um contra-ataque. Gabriel Jesus, no seu campo, passou para Dudu descer no setor direito e correu até a grande área. Recebeu a devolução de Dudu e tocou apertado por Gabriel. Chute traidor ao goleiro Victor e um prêmio ao menino Jesus.

Garoto fez o gol, aos 21, e saiu chorando. Desde o dia 14 de setembro, no empate (1 a 1) contra o Flamengo, ele não fazia um gol com a camisa do Palmeiras – neste período na Seleção, guardou cinco em seis jogos.

gabriel-jesus-palmeiras-asa-copa-do-brasil-07-10-16_1pxg036ccfz4u1holxfxaxs37d“Fico muito contente (por fazer o gol). Até me emocionei ali. Com 19 anos, a cobrança que tenho, sei que é normal. Às vezes as pessoas acham que não quero fazer gol. Todo atacante tem seus momentos ruins. Sei que não estou bem no jogo, poderia render mais, mas fico feliz”, disse Gabriel Jesus

Ao sofrer o gol, o Atlético-MG perdeu em organização e recompensou com muito suor. Veio para cima como uma locomotiva. Mas aí encontrou o líder do campeonato mais consciente e seguro. Palmeiras sofreu em alguns lances até levar o jogo ao final do primeiro tempo com a vantagem parcial.

Segundo tempo seria ainda mais intenso. Crispado. E ficou espetacular com entrada de Lucas Pratto, aos 13 minutos. Na primeira bola que o argentino recebeu, ele conferiu o gol de empate, aos 14. A entrada de Pratto obrigou Cuca a mexer no Palmeiras. Sua opção foi trocar o volante Thiago Santos pelo zagueiro Thiago Martins. Queria controlar Fred, Pratto e Robinho. Conseguiu.

Outra mudança significativa: saiu Jesus, exausto, e entrou Alecsandro. Palmeiras ficou mais lento, sem pressa. Passou a jogar com inteligência. Sem saída, o Galo não conseguiu nem mesmo contagiar sua torcida. Num canto do Independência quem começava a soltar a voz eram os palmeirenses.

Mesmo em ritmo mais leve, jogadores não paravam de trocar desaforos. De bom nível técnico, a partida caiu diante do cansaço físico dos dois times. Bom para o líder, que se entregou ao contra-ataque e à segurança defensiva. Deixou ao Atlético a responsabilidade de vencer. Ansiedade tomou conta do time mineiro, que minguou, minguou, minguou.

Diante de um adversário já sem força e lucidez, o Palmeiras controlou o jogo até o apito final. O empate  dava ao líder a possibilidade de ser campeão se vencer os dois próximos jogos em casa contra Botafogo e Chapecoense. Nunca a taça esteve tão perto do Palestra Itália. Por isso, palmeirenses estufavam o peito e gritavam “da-lhe, da-lhe porco, seremos campeões”.

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FICHA DO JOGO

Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras

Gols: Gabriel Jesus, aos 21 minutos do primeiro tempo; Lucas Pratto, aos 14 minutos do segundo tempo.

Atlético-MG: Victor, Carlos Cesar, Gabriel, Erazo e Fabio Santos; Leandro Donizete, Junior Urso e Maicosuel (Lucas Pratto); Luan (Casares), Fred e Robinho (Clayton). Técnico: Marcelo Oliveira

Palmeiras: Jailson, Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Egídio ; Thiago Santos (Thiago Martins), Tchê Tchê e Moisés; Roger Guedes, Gabriel Jesus (Alecsandro) e Dudu (Erik). Técnico: Cuca

Juiz: Braulio da Silva Machado
Público: 14.942 pagantes
Renda: R$ 535.660
Cartões amarelos: Leandro Donizete, Gabriel Jesus, Vitor Hugo, Dudu, Luan, Egídio.
Local: Independência

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