Corinthians ainda tem meios de evitar o desastre nesta temporada de 2016. A única saída é conquistar vaga na Copa Libertadores de 2017, depois da generosa colaboração da Conmebol ao aumentar número de clubes brasileiros na competição. O torneio internacional é garantia de receita extra com cotas de televisão e bônus de premiação. Mais que isso, a certeza de que terá casa cheia no Itaquerão e boas perspectivas de aumentar o faturamento do seu programa de sócio-torcedor. Para que essa equação seja resolvida, o time precisa jogar bola nas três rodadas que restam no Brasileirão. Essa é a encrenca.
De nada adianta projetar orçamento do próximo ano se dentro de campo não ter resposta. Se o parâmetro apontado pelo técnico Oswaldo de Oliveira for a exibição do time no empate (1 a 1) contra o Figueirense, nesta quarta-feira (16/11), então é melhor revisar tudo.
Disse o técnico que o Corinthians se comportou muito bem em Florianópolis, quando saiu na frente e deixou a vitória escapar no último minuto, em gol irregular de Rafael Moura.
“Estou plenamente satisfeito (com o desempenho). A equipe jogou muito bem, equilibrada, com uma defesa firme e sem dar chance ao adversário que precisava. Fizemos gol. Falta ganhar os jogos… Não temos nada a discutir do Corinthians. Vamos ver o prejuízo dia 4 de dezembro. Temos três jogos e situação palpável que ainda podemos classificar (para Libertadores)”, disse o treinador, após o jogo contra o Figueirense.
A levar a sério essa explicação de Oswaldo de Oliveira, não fica difícil projetar que o treinador não terá vida longa no clube.
Se, por acaso, o Corinthians voltar a jogar bom futebol nas três derradeiras rodadas do Brasileirão e carimbar a vaga na Pré-Libertadores que seja, o treinador pode ter uma sobrevida. Caso contrário, adeus viola.
Aí tem outro probleminha. Fazer esse time jogar como se espera do atual campeão brasileiro não é uma tarefa das mais fáceis. Alguns jogadores, parece, não querem assumir esse compromisso. A expulsão de Giovanni Augusto contra o Figueirense, atuações recentes de Marquinhos Gabriel, Willians e o vai e vem de Guilherme, para ficar nos mais cotados, dizem tudo.
Oswaldo de Oliveira tem de estar atento a esse desafio. E projetar o mais rápido possível a temporada de 2017.
Dos reforços encaminhados, o mais reluzente até aqui é o atacante Jô. Cria da casa, o goleador grandalhão tem tudo para se reinventar no Corinthians. Se levar a sério a empreitada em pouco tempo vai ser o ídolo que a torcida ainda não tem.
Outras alternativas estão na mesa do treinador. Na emergência, recomenda-se peneirar as categorias de base, montar uma estrutura de suporte com os meninos no time profissional e dar vida aos candidatos a fazer história no clube.
Reforços? Investir apenas em nomes acima de qualquer suspeita e por para correr os desinteressados de agora.
Parece uma receita simples. E é. A encrenca é como encaminhar essas soluções se o carrasco da forca financeira está pronto a estrangular o clube. Salários atrasados, como se noticiou nesta quinta-feira (17/11), pendengas graves com Itaquerão e racha político em ano de eleição são armas de alto poder de destruição.
Corinthians precisa urgente voltar a pensar grande.