Corinthians entra no túnel e vê luz da taça logo ali

Corinthians é um time sem segredo. Se defende com minúcias, cada setor tem marcação dobrada. Avança em triangulações nos dois lados do campo, simples. E ferroa no ataque como um escorpião, letal. Não é um modelo inusitado, nem difícil de ser esmiuçado. O problema é como demolir a fortaleza e não levar as picadas.

Cuca, por exemplo, tinha tudo isso decorado na cabeça. Mas não conseguiu iludir o líder. Resultado: o seu Palmeiras perdeu por 2 a 0, nesta quarta-feira, no Allianz Parque, e viu a distância do Corinthians pular para 16 pontos, em apenas 13 rodadas. Números que levam a constatação de que o campeão de 2016 não briga mais pela taça de 2017.

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Se você tem alguma dúvida dessa evidência, por favor, é só prestar atenção no que disseram os dois treinadores após o clássico.

Cuca deixou claro que desistiu do Brasileirão. “Nossa meta agora é ficar entre os seis primeiros, na zona de classificação da Libertadores, ou, de preferência, entre os quatro primeiros colocados”.

Fabio Carille, um tanto assustado com o extraordinário desempenho de seu time, espera que essa toada só acabe em dezembro ao encerramento do campeonato.

“Taticamente é um time muito bem organizado, os jogadores são de uma entrega fora do normal, uma equipe de homens, que sabe o que quer. Quem pode nos parar? Espero que ninguém até dia 13 de dezembro. Quem sabe? Minha ideia é trabalhar jogo a jogo. Agora é foco no Atlético-PR, outro jogo muito importante, que vale os mesmos três pontos de hoje”.

No clássico, o Palmeiras não conseguiu ultrapassar as linhas armadas por Carille. Perdeu tempo com cruzamentos quando percebeu que não teria espaço para entrar pelo meio. Cuca revirou seu time de ponta cabeça. Roger Guedes atuou segundo tempo na lateral, Zé Roberto entrou de zagueiro, Mina passou de defensor a centroavante… Mas não ultrapassou os limites do muro.

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Aplicado, obediente, solidário, o Corinthians quase não ficou com a bola. Nos poucos ou raros momentos em que teve sua posse, construiu dois gols – um de pênalti e outro em contra-ataque. Seguiu seu ritual de levar pancadas, proteger o fígado e não expor o queixo. E impactante como uma marreta na hora de definir o jogo.

Ao tirar o Palmeiras de sua frente, o time de Carille tem no seu encalço Flamengo e Grêmio, que se enfrentam nesta quinta-feira, e o Santos, com nuances de que pode voar mais alto depois de derrotar (1 a 0) o Atlético-MG fora de casa nesta quarta-feira. O resto não conta, por enquanto. Se não perder jogadores importantes, por lesão ou no mercado, Corinthians dificilmente deixará de levantar a taça em dezembro.

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Problemas de Cuca

Encontrar um time em duas semanas até o confronto decisivo contra o Barcelona do Equador nas oitavas de final da Copa do Brasil. Parada dura.

Prass, Jean, Mina, Dracena e Michel Bastos; Felipe Melo, Tchê Tchê (Bruno Henrique) e Guerra; Roger Guedes, Deyverson e Dudu. Essa escalação está na cabeça de Cuca, sem trocadilhos, para avançar na Libertadores.

Problemas de Carille

Por enquanto, nenhum. Apenas manter a concentração e aplicação dos jogadores. De preferência, sem intromissão dos dirigentes – até aqui sem críticas.

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