Paulinho custou 40 milhões de euros ao Barcelona, algo acima de R$ 150 milhões. Veio da China, aos 29 anos. Não daria certo ao lado de Messi e outros menos estrelados. Não combinaria com o jogo de ocupação de território do adversário como um colonizador. No máximo seria um pária de um sistema impregnado de verdades do passado em que é preciso paciência e habilidade com a bola nos pés, sem trégua, para domar os súditos.
Melhor torcer o nariz a acreditar que o volante brasileiro, sem sucesso no Tottenham em primaveras passadas, fosse capaz de subverter a ordem de uma instituição da Catalunha.
Seria quase impossível dar certo. Por muito menos grana, outros emplacaram seus dotes no Barça porque se sujeitaram às leis do Camp Nou. Não seria um intruso, ao modelo constituído na história, a mudar as regras estabelecidas por ícones com Cruyff, Guardiola e, principalmente, Lionel.
Paulinho amassou o papel dessas cartilhas catedráticas e jogou no lixo. Foi ser o Paulinho prático e objetivo dos tempos de clubes intermediários no futebol brasileiro e do Corinthians. Sem equações à sua frente, muitos menos períodos compostos em uma gramática a decifrar. É uma frase curta sem vírgulas.
Optou por ser simples, como seu futebol. Em dois jogos com a nova e emblemática camisa escreveu seu nome. Não deve ser um rabisco na areia a se pulverizar no vento, muito menos uma grafia no pó.
Paulinho tem a sabedoria dos comuns, tão em falta no futebol de hoje.
Nesse pouco tempo de Barcelona, já apareceu mais ao lado de Messi do que qualquer outro jogador. Auxilia o gênio, amplia o ângulo de ação do craque, espeta seus gols e se impõe com extrema simplicidade.
O diminutivo de seu nome diz tudo. Não é preciso ser grande quando basta ser pequeno.