Palmeiras: Abel Ferreira rebaixa treinadores brasileiros com tri da Libertadores

Palmeiras tria da Libertadores

Palmeiras tricampeão da Libertadores. Nada de anormal quando se tem no comando um técnico acima da média no futebol brasileiro. Abel Ferreira, com perdão dos nossos treinadores, é catedrático, preciso e farol.

A história da conquista em cima do Flamengo neste 2021 escancara a diferença entre Abel e Renato Gaúcho, entre Abel e Cuca, do Atlético-MG, entre Abel e Crespo, do São Paulo, treinadores abatidos no meio da travessia e na linha de chegada.

Diferença básica se nota na primeira página da final da Libertadores. O português arma o Palmeiras preparado a eliminar as virtudes do Flamengo. Sem muita ciência, mas com muita sabedoria do futebol, Abel estrangula Renato.

E, mais importante, no momento crucial do jogo, quando perde a zona cinzenta de seu time com Danilo, Zé Rafael e Rafael Veiga por físico esgarçado, Abel reequilibra seu time com a mesma destreza do início da partida minimamente planejado há pelo menos um mês para esta final.

Valor das peças não tinha importância naquele momento do jogo, pesava a estratégia e a disposição de cada um a fazer valer o lema do treinador. Dito e feito.

É de se ressaltar a opção por Gustavo Scarpa, um diferente na criação do ataque, a atuar como lateral-esquerdo (um ala nos padrões atuais) para surpresa do impávido Renato Gaúcho.

Mais: Que técnico ousaria trocar o craque Rafael Veiga por, digamos, o imprevisível Deyverson?

Pois bem, no início da prorrogação, Abel troca Veiga, esgotado, por Deyverson e insiste na ideia de não dar trégua ao inimigo. Deyverson faz o gol em erro de Andreas e liquida a Libertadores.

Abel estudou o jogo e o que poderia ser extraído desse estudo. Não deu a mínima chance a Renato a tirar uma nota boa após a aula e a prova final.

Abel Ferreira do Palmeiras

“Vou partilhar com vocês. Coloquei todos jogadores numa sala e disse: ‘Vou fazer isto’. Que queria fazer isto, isto e isto. Mas que só o faço se todos se sentirem confortáveis. Se estiverem dispostos a cada um cumprir sua missão. Tivemos um dos capitães que só respondeu assim: ‘Se é para ganhar, cada um aqui vai fazer o que for preciso’. Esta é a forma que eu encontro de derrotar um rival muito qualificado, e hoje pudemos ver isso aqui dentro” – por Abel Ferreira.

O português encerra nesta conquista da Libertadores um precioso capítulo a ser apreciado por técnicos brasileiros.

Não se vence sem pensar e encontrar alternativas entre caminhos a seguir em busca da glória eterna.

“Não temos nenhum livro de treinadores brasileiros. Estou há um ano com minha equipe técnica a escrever um livro, para explicar tudo o que fizemos durante um ano. E esse livro vai sair em janeiro, e vão ter lá todas as histórias, nosso trabalho, nosso projeto, é nossa forma de agradecer ao futebol brasileiro. Ele está feito, falta ser publicado. Escrevo um livro onde vou responder minuciosamente a todas as perguntas”, Abel encerra a conversa.

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