Piada de português: Vamos ensinar futebol aos brasileiros

Vítor Pereira vive crise no Flamengo – foto: Flamengo oficial

A piada é do genial Jaguar no cartoon publicado na edição dessa sexta-feira (10/3) na Folha. Vale a pena conferir. Traço de Jaguar sugere um olhar na crise do Flamengo, time comandado por um treinador português, o Vitor Pereira.

Tem razão Jaguar?

Parece que sim. Da revoada de técnicos portugueses no futebol brasileiro desde 2019, apenas Jorge Jesus e Abel Ferreira podem estufar o peito e dizer alto: Sim, ensinamos futebol aos brasileiros.

Jorge Jesus, o JJ, deixa um rastro de relâmpago com sua passagem por pouco mais de seis meses no Flamengo. Mais que saborear os títulos de campeão do Brasileirão e da Libertadores, seu time jogou um futebol bonito de se ver.

Abel Ferreira está indo longe no Palmeiras. Supera JJ em número de taças conquistadas, formas de se jogar e propostas de melhoria ao nosso futebol pentacampeão do mundo.

Abel está gabaritado a meter o dedo em nossa cara, abrir a cartilha e nos ensinar ou pelo menos apontar caminhos a seguir.

Chama atenção o currículo quase inexpressivo de Abel Ferreira na Europa.

Assim como o de Vítor Pereira e de outros compatriotas instalados no Brasil: Antonio Oliveira (Coritiba), Renato Paiva (Bahia), Pedro Caixinha (Bragantino), Luis Castro (Botafogo) e Ivo Vieira (Cuiabá).

Muitos portugueses, pouco cartel e maioria refém das “regras” obtusas que regem a permanência ou não de um treinador no comando de um clube brasileiro.

Vitor Pereira, desertor do Corinthians e aclamado novo messias no Flamengo, é um exemplo clássico de que técnico, por ser português, não está habilitado a ensinar futebol no Brasil.

Vitor patina no Flamengo ao empilhar quatro decisões perdidas em pouco mais de dois meses de trabalho. De burro à ironias de torcedores rivais do Fla,  o técnico tem sido escorraçado na mídia, redes sociais e galhofas de críticos de plantão.

Está com os dias contados no Brasil. Em vez de nos deixar lições, vai levar a Portugal a cartilha dos derrotados. Não por culpa só dele, e sim por uma engrenagem enferrujada a moer treinadores sem resultados imediatos, seja de títulos ou de vitórias em medíocres torneios estaduais.

Enquanto isso, treinadores brasileiros vivem confortáveis como “reservas de mercado”.  Sem aproveitar o tempo ocioso para estudar futebol, aguardam um chamado de um clube em crise para voltar à ribalta com seus dotes de professores. A maioria deles de conteúdo a encher uma caixa de fósforos.

Cuca, sem clube em março de 2023 – foto: Pedro Souza/ Atlético-MG

 

Técnicos estrangeiros na Série A do Brasileirão 2023:

Atlético-MG – Eduardo Coudet (argentino)

Bahia – Renato Paiva (português)

Botafogo – Luis Castro (português)

Bragantino – Pedro Caixinha (português)

Coritiba – Antonio Oliveira (português)

Cruzeiro – Paulo Pezzolano (uruguaio)

Cuiabá – Ivo Vieira (português)

Palmeiras – Abel Ferreira (português)

Flamengo – Vítor Pereira (português)

Fortaleza – Juan Pablo Vojvoda (argentino)


São Paulo 10 março 2023. Por Luiz Antônio Prósperi