Carlo Ancelotti assume a Seleção Brasileira em junho de 2024. É fato consumado dentro da CBF, por obra e convicção do Presidente Ednaldo Rodrigues. Temos time para esperar um ano? Senegal enfiou 4 a 2 no amistoso nessa terça-feira em Lisboa. Antes, Marrocos havia derrotado o Brasil também pós-Copa do Mundo.
“Está tudo alinhavado (com Ancelotti)“, diz uma fonte da CBF.
A chegada de Ancelotti apenas em 2024 lança uma questão fundamental: como é que fica o processo de remontagem da Seleção Brasileira?
Não se trata aqui se o treinador italiano vai cumprir ou não o ciclo inteiro de quatro anos da Copa do Mundo 2026 à frente da Seleção. Não é uma questão de tempo. É de montagem real do time, de escolha de jogadores.
A maior incógnita nesse cenário diante de Ancelotti é a formação de um novo meio-campo, coração e cérebro de um time de futebol, e por tabela refazer a Seleção.
Casemiro, por exemplo, tem sido um dos pilares desse setor, um intocável nas Copas de 2018 e 2022.
Suspenso por um segundo cartão amarelo, assistiu das tribunas a queda do Brasil diante da Bélgica em 2018 na Rússia. Quatro anos depois, teve participação decisiva no lance que levou ao gol de empate da Croácia e, por consequência, o fracasso da Seleção na Copa do Qatar.
Na próxima Copa do Mundo, em 2026, Casemiro terá 34 anos.
Ancelotti liberou Casemiro do Real Madrid na temporada passada ao término de seu contrato, dando lugar aos jovens franceses Camavinga e Tchouaméni. Casemiro se transferiu ao Manchester United.
Neymar, talvez o maior alicerce do meio-campo da Seleção, também terá 34 anos na Copa de 2026.
Atormentado por lesões e equívocos táticos nas últimas três Copas do Mundo (2014, 2018 e 2022), Neymar precisa de um técnico do tamanho de Ancelotti para se enquadrar na Seleção.

Assumindo a Seleção em junho de 2024, Ancelotti teria dois anos para repaginar o setor vital da Seleção. Escolher os jogadores que se encaixariam na sua filosofia de jogo e ainda se certificar de que essas escolhas podem funcionar.
Há quem aposte que dois anos são suficientes para moldar uma Seleção, lembrando que, diferente de clubes, seleções sul-americanas têm calendário de poucos jogos até a Copa do Mundo – Eliminatórias, amistosos e Copa América.
Não é tarefa das mais fáceis. Contra Ancelotti pesa ainda o fato de ficar preso ao Real Madrid por um ano e, portanto, sem tempo para pensar na Seleção Brasileira.
Diriam os otimistas que Zagallo não teve tempo em 1970 – assumiu a três meses da Copa do México. Naquela época, Zagallo contava com Pelé, Rivellino, Tostão, Gerson, Jairzinho… Levou o Tri.
Parreira assumiu a três anos da Copa de 94. Tinha Romário, Bebeto, Raí. Conquistou o Tetra.
Felipão em 2002 pega a Seleção a um ano da Copa da Coreia e Japão. Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Cafu, Roberto Carlos estavam lá. Trouxe o Penta.
Tite pagou caro nas duas Copas (2018 e 2022) ao apostar em cavalos mancos no meio-campo. Rússia 2018: jogou suas fichas Renato Augusto (sempre machucado) e Paulinho, que jogavam no fraco futebol chinês, e mais Casemiro. No Qatar 2022: Fred e Paquetá e mais Casemiro. Neymar, baleado por lesões, capitaneava essa turma.
Maior inspiração de Tite, guru mesmo, é Carlo Ancelotti.





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