As mudanças de Tite funcionaram na expressiva vitória por 3 a 0 contra a Ponte Preta nesta quinta-feira no Itaquerão – o primeiro triunfo do Corinthians em três rodadas do Brasileirão.
O jogo seria de reconciliação plena com a torcida, não fosse a insistência das vaias a André, que entrou no jogo apenas aos 34 minutos do segundo tempo. Diante dos apupos das arquibancadas, Tite mandou um cala-boca ali da beira do gramado a sua gente.
Aliás, Tite já perdeu a paciência com facções de torcedores que, com devida autorização de dirigentes do clube, intimam os jogadores. O treinador já deu sinais de que não vai mais tolerar essa tipo de atitude. Por isso, não deixou por menos ao contestar as vaias a André.
Na partida deste feriado, sem dar um minuto de sossego à Ponte, o Corinthians se impôs com autoridade de campeão brasileiro no primeiro tempo. Com pouco mais de 20 minutos abriu dois gols de vantagem – um, contra de Kadu, e outro, com Bruno Henrique.
A ordem de Tite era não deixar o adversário respirar. Não poderia haver trégua, muito menos fazer a transição da defesa ao ataque com lentidão e troca arrastada de passes. Era preciso mostrar à impaciente torcida que o time não esmoreceria.
Dito e feito. Com Christian na cabeça de área e Bruno Henrique na função de Elias (fora a serviço da Seleção Brasileira), liberdade total aos laterais Fagner e Uendel e intensa movimentação de Marquinhos Gabriel, o Corinthians amassou a Ponte. Na altura dos 30 minutos, tinha 66% de posse de bola contra 34%.
O time de Campinas, que havia dado um exemplo de aplicação tática e de marcação contra o Palmeiras no fim de semana passado, não se locomoveu. Não encontrou um meio de bloquear a avalanche dos donos da casa.
Apenas a partir dos 35 minutos, a Ponte conseguiu adiantar um pouco a marcação para ocupar o campo do adversário. O treinador Eduardo Baptista aproveitou e trocou o garoto Matheus Jesus, de 19 anos, que havia dado um show contra o Palmeiras, por Renê Júnior, volante experiente. Jesus se assustou com a imensidão do Itaquerão.
Ainda no primeiro tempo, o árbitro Elmo Resende deixou de marcar um pênalti escandaloso de Kadu em Marquinhos Gabriel.
No segundo tempo, a Ponte cresceu ao adiantar um pouco mais suas peças. Diminuiu o espaço que o Corinthians usava para fazer a transição ao ataque. Baptista trocou Clayson por Thiago Galhardo para impedir as descidas de Fagner. Estancou parte do dique por onde o time de Tite avançava.
Faltava um pouco mais de ambição no ataque. Como não martelou a defesa inimiga, perdeu o ímpeto. Por volta dos 25 minutos, o Corinthians já havia retomado o controle da situação.
Aí Tite resolveu mandar André, o mais contestado de todos os jogadores pela torcida, para se reconciliar com sua gente. Sob vaias, André entrou no jogo. O técnico se irritou com os torcedores e pediu silêncio ao ver Guilherme, outro indigesto à Fiel, marcar um belo gol de fora da área, aos 34 minutos.
Fatura liquidada. Tite e seus jogadores voltavam ao normal depois de cinco partidas sem vencer. Cabe agora aos torcedores aceitar a reconciliação e empurrar o time.