Itália acaba com reinado da Espanha na Eurocopa

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euro_2016_logo_detailItália esperou quatro anos para se vingar da humilhante derrota para a Espanha na final da Eurocopa de 2012, quando saiu destroçada por 4 a 0. Sem um minuto de trégua, os italianos se impuseram diante dos espanhóis e venceram por 2 a 0 em Saint-Denis. Uma conquista a ser depositada na conta do técnico Antonio Conte, vibrante, calculista e muito coração.

Surpreendente desde o início, a Itália não deixou a Espanha jogar no primeiro tempo. Em vez de ver o adversário controlar o jogo, marca registrada do inimigo, marcou com eficiência costumeira, teve posse de bola e atacou como nunca. Talvez tenha sido essa busca incessante ao ataque a maior dúvida que os italianos colocaram na cabeça dos espanhóis.

Sem saber que rumo tomar, os atuais bicampeões da Euro se perderam. Piqué e Sergio Ramos tinham de se virar, atordoados com a chegada de Eder, Giacherinni, Parolo, Florenzi e até um dos três zagueiros de Conte, a trindade da Juventus. Busquet, Iniesta e Fàbregas contemplavam a Itália.

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Quando a Espanha conseguia recuperar a bola, não havia mais o que fazer diante de um paredão azul. Todas as entradas estavam bloqueadas. De nada adiantava avançar pelos flancos, com Jordi Alba ou Juanfran, se os portões estavam trancados.

Se era difícil se aproximar da área de Buffon, mais complicado ainda era parar o ataque da Azzurra. A defesa espanhola apelou com faltas. Em uma delas, Eder bateu duro. De Gea rebateu e Chiellini emendou para o gol. Itália, 1 a 0, aos 32.

O gol deixou ainda mais inquieto o técnico Antonio Conte. À beira do campo, se esgoelava e gesticulava como se estivesse regendo uma manada. Ali pertinho, no outro banco, o Marquês Vicente Del Bosque cofiava o bigodão grisalho e apenas contemplava seu time atordoado com insistentes jabs italianos.

Enquanto Del Bosque não reagia, o goleiro De Gea se multiplicava em defesas extraordinárias, evitando pelo menos dois gols feitos. Sorte da Espanha engolir apenas o 1 a 0 no primeiro tempo.

No segundo, era preciso uma reação imediata dos bicampeões. Que jeito? No mais profundo estilo italiano de jogar, a equipe de Conte empilhou duas barreiras a proteger Buffon. Os espanhóis giravam de lá pra cá, sem sentido.

Marquês continuava impávido acomodado na poltrona dos reservas. Conte se movia como um fio desencapado em um choque de energia.

Nos últimos 15 minutos, a Espanha, enfim, passou a ter o controle do jogo. Criou boas oportunidades para empatar, mas aí apareceu o velho Buffon com defesas com a elasticidade de um juvenil. Sua última intervenção evitou gol certo de Piqué.

Depois dessa defesa, os italianos armaram um contra-ataque à perfeição até Pellè marcar o segundo gol, aos 45, e pulverizar de vez a Espanha. A vingança estava completa.

A Itália, que ninguém apostava um cents de euro, avança e vai medir forças com a Alemanha nas quartas de final.

E a Espanha recolhe seus cacos, dor, e volta para casa. É o fim de uma geração que havia construído um império com as conquistas da Euro de 2008, Copa do Mundo de 2010 e a Euro de 2012. Acaba também o reinado do Marquês Del Bosque e seu comissariado. Quem vem lá? Poderia ser Pep Guardiola, mas ele quer se exibir para inglês ver.

 

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