Vikings da Islândia voltam para casa com a história debaixo dos braços

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Islândia tinha consciência de que derrotar a França no estádio da conquista da Copa do Mundo de 1998 estava muito além de suas forças. Chegar até ali, nas quartas de final da Eurocopa, havia sido uma façanha e tanto. Ainda mais depois de despachar a Inglaterra. A história estava feita e o recado aos gigantes do futebol muito bem dado.

De doer apenas cair goleada por 5 a 2 no último ato, neste domingo (03/7). Os “vikings” não mereciam uma derrota tão estrondosa. Mas era quase impossível mudar o ritmo das ondas. Devotos do seu esquema rudimentar de marcar forte e morder como um tubarão no contra-ataque, os islandeses não suportaram os franceses, dispostos a evitar uma vexatória eliminação diante de uma seleção sem lastro.

Por isso a conta da Islândia no primeiro tempo foi salgada: 4 a 0. Seria mais preocupante ainda sofrer novos gols no segundo tempo. Rendidos, islandeses ainda lutaram por gols de honra, levaram mais um e marcaram dois.

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Tudo bem, já haviam dado um exemplo de dedicação aos que comungam do futebol bem jogado. Perder da favorita França era apenas um detalhe.

Deixam a Eurocopa também criando moda. O gesto de saudação da torcida, palmas batida com os braços no alto e um grito de guerreiro, foi adotado por fãs de todas as seleções. Franceses repetiram esse celebração, antes, durante e após a vitória contra a Islândia.

Nesta segunda-feira (04/7), eles embarcam de volta para casa. Certamente ao desembarcar na ilha vão ser recebidos como bravos, que enfrentaram mares remotos com dignidade.

Vitoriosa, a Fança tem encontro marcado com a Alemanha nas semifinais na próxima quarta-feira em Marselha. A outra semifinal será entre o surpreendente País de Gales e Portugal.

LÁGRIMAS DE BUFFON

Alemanha ganhou o direito de medir forças com a França após derrotar a Itália na decisão por pênaltis no sábado (02/7). O jogo terminou com um empate por 1 a 1, nos 90 minutos e prorrogação, e os alemães venceram nas penalidades por 6 a 5 após 18 cobranças.

Derrotados, os italianos reverenciaram Buffon, que deixou o campo em lágrimas. Era sua última Eurocopa. A capa do jornal La Gazzetta dello Sport deste domingo (03/2) homenageava o goleiro e toda a seleção com a manchete “Levanta a cabeça”. O diário esportivo disse que a campanha tinha sido exemplar a um time desacreditado e condenado antes da hora por críticos internacionais e boa parte da torcida.

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No jogo em si, a Alemanha, até então soberana na Euro, mudou o esquema querendo copiar o jeito da Itália jogar – Joachim Löw escalou três zagueiros. O time perdeu autoridade, apesar de sair na frente com gol de Özil, aos 20 minutos do segundo tempo. E sofreu o empate, aos 33, no pênalti convertido por Bonucci.

Campeã do mundo na Copa de 2014, Alemanha vai precisar de muita bola para derrotar a anfitriã França na semifinal.

A Itália volta para casa de cabeça erguida, com louros ao técnico Antonio Conte, que deixa a Azzurra para comandar o Chelsea na Premier League.

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“Frente a um rival forte, mostramos que esta equipe é dura, muito respeitada por todos os nossos adversários. A seleção nacional dá-nos muita emoção e estímulos, espero que esta Eurocopa deixe um legado de amor às camisas que envergamos”, disse Conte.

Joachim Löw, técnico da Alemanha, relatou como foi difícil passar pela Itália.

“Foi um jogo dramático, até ao último pênalti. Vivi algo semelhante na Copa do Mundo de 2006 frente à Argentina. Foi um jogo em que ambas as seleções estiveram taticamente a um nível excelente, mas nós levámos a melhor. A Itália é forte”, disse Löw.