Corinthians acerta a venda de Alexandre Pato por 3 milhões de euros (R$ 10,8 milhões) ao Villarreal, da Espanha. Consumada a transferência, o clube paulista economiza ainda cerca de R$ 5 milhões de salários a que o jogador tinha direito até dezembro, quando se encerraria seu contrato e ele ficaria livre para negociar seu futuro sem dar um centavo ao Alvinegro.
Conta feita, a negociação não cobre o custo que o Corinthians teve com Pato, contratado do Milan por R$ 40 milhões em 2013. Ao gastar essa fábula há três anos, o clube tinha projeto de fazer do atacante um novo Ronaldo Fenômeno, se não na bola, pelo menos nas receitas.
Quando Ronaldo desembarcou no Parque São Jorge, em dezembro de 2008, era quase um ex-jogador em atividade. Em pouco menos de três anos, o Fenômeno alavancou ainda mais o Corinthians nas ações de marketing, a infra-estrutura com a construção do CT Joaquim Grava no Parque Ecológico e deu mais projeção internacional ao clube paulista.

Dentro de campo não decepcionou com as conquistas do Paulistão e Copa do Brasil em 2009. Se despediu do clube paulista quando o corpo já pedia arrego. O ponto final se deu com a queda do Corinthians na pré-Libertadores diante do Tolima em 2011.
Pato não chegaria aos pés de Ronaldo nem mesmo no imaginário do torcedor da Fiel. Mas era uma tentativa de se forjar um novo ídolo e faturar um punhado de milhões de reais.
Sem o perfil de jogador com alma alvinegra, o atacante caiu em desgraça ao bater um pênalti com cavadinha contra o Grêmio. Dida pegou e o Corinthians foi desclassificado nas quartas de final da Copa do Brasil. Ali estava decretada sua “morte” entre os torcedores e comissão técnica, na época capitaneada por Tite.
Indolente, cabeça nas nuvens e, aparentemente, descompromissado, Alexandre Pato teve de trocar de clube. Jamais seria perdoado pela Fiel
A encrenca estava nas mãos dos dirigentes, que haviam investido R$ 40 milhões na contratação e mais R$ 800 mil mensais de salários. O que fazer para amenizar o prejuízo?
Aparece o São Paulo e oferece Jadson por uma troca e acena com pagamento de metade dos salários de Pato. O Corinthians aceita na hora. Se livraria de um estorvo e diminuiria os gastos por um ano, pelo menos.
Ao vencer o empréstimo com o São Paulo em 2015, surgiu o Chelsea. Uma dádiva aos dirigentes corintianos. Pato passaria o primeiro semestre de 2016 no clube inglês, que assumia ainda o compromisso de pagar na íntegra os salários do jogador.
Na Inglaterra, o atacante participou apenas de dois jogos e voltou mais desvalorizado do que saiu. Ninguém no Corinthians tinha mais dúvida: estavam com o mico nas mãos.
Pato voltaria ao Brasil sem propostas da Europa e teria de se reapresentar ao clube paulista e receber seus R$ 800 mil mensais de salários.
Eis que surge a Lazio da Itália no início de julho acenando com 2 milhões de euros ao Corinthians e salários de 1,5 milhão de euros por ano ao jogador. Pato não aceitou. Exigia rendimento mensal no mesmo patamar que recebia no Brasil. Os italianos não concordaram.
Quando parecia irreversível a transferência ao futebol europeu, o Villarreal despencou do céu no Parque São Jorge. Ofereceu R$ 10,8 milhões por 60% dos direitos econômicos que o Corinthians tem do atacante e fechou negócio.
Pato deve receber 3 milhões de euros por ano do Villarreal, conhecido como Submarino Amarelo pelas cores do seu uniforme.
Corinthians se desfaz de seu “mico”, ameniza um pouco o prejuízo e agora, mais do que nunca, precisa ir ao mercado em busca de um atacante para reforçar o time. Por enquanto a Fiel solta rojões ao se livrar de Pato, mas, ao mesmo tempo, vai cobrar resultado no Brasileirão 2016.
Alexandre Pato é o segundo jogador de nome a deixar o futebol brasileiro para jogar na Espanha nesta janela de transferência de 2016. O primeiro a sair foi Paulo Henrique Ganso, contratado pelo Sevilla na semana passada – informação antecipada por este Blog do Prósperi em junho.