Copa do Brasil para o São Paulo tem de ser uma Copa do Mundo, pedia Hudson na véspera do jogo contra o Juventude na abertura das oitavas de final. A projeção do volante levava em conta a frustração do Tricolor na Libertadores e a situação delicada no Brasileirão. Até por isso se fazia necessário vencer, e bem, o time gaúcho que está sofrendo na Série C do Campeonato Brasileiro. Em casa, no Morumbi quase vazio nesta noite de quarta-feira (24/8), o São Paulo não atendeu ao chamamento de Hudson e, pior, caiu derrotado por 2 a 1.
A queda em casa obriga o São Paulo a vencer o jogo de volta por dois gols de diferença sob pena de por fim a uma das mais medíocres temporadas de sua história. Uma lástima.
Muito do resultado ruim vem de uma verdade. O São Paulo nos últimos meses se mostra um time desprovido de ideias. Quando perdeu Ganso ao Sevilla, ficou ainda mais acéfalo. Complica ainda mais ao jogar com três volantes (Schimidt, Hudson e Thiago Mendes) e o meia Cueva aberto na ponta-esquerda, como se exibiu no primeiro tempo contra o Juventude no segundo jogo sob o comando de Ricardo Gomes.

Time sem um pensamento claro, sem criatividade não vai longe. Ao se deparar com um adversário bem armado na defesa, retrancado, não deslancha. Tem de se virar nos cruzamentos na área e não se descuidar de uma eventual investida do inimigo no contra-ataque.
Com este enredo, o São Paulo sofreu um contra-golpe do Juventude, por volta dos dez minutos, e levou um gol que machuca em disputas de mata-mata. Roberson foi o autor da façanha a favor do Juventude em falha de Denis. E amenizou a tragédia ao empatar o jogo com Chávez em cruzamento de Carlinhos, antes dos 40 minutos.
No segundo tempo, o time de Ricardo Gomes teria de mudar a receita. De nada adiantaria insistir apenas nos cruzamentos. Era necessário ampliar a margem de gols para não sofrer ainda mais no jogo de volta no Sul.
Então Ricardo Gomes retornou do intervalo com Michel Bastos no lugar do volante João Schimidt. Um jeito de criar mais e arriscar chutes de fora da área.
Por 25 minutos, o São Paulo prensou o Juventude. Sem um pingo de criatividade, é verdade, mas com muita vontade e cruzamentos na área. Nada feito.
Na primeira descida do time do Sul, Thiago Mendes se envolve com Lucas e o árbitro marca pênalti que ninguém viu. Roberson bateu e converteu, aos 29: 2 a 1.

Aumentava a agonia do Tricolor. A situação passou de crítica a muito grave. Se empatar em casa já era um absurdo, perder então era um golpe quase fatal. Havia pressa. E mais ainda após a expulsão do zagueiro Ruan, aos 32.
Com um a mais, o Sao Paulo tinha pelo menos mais 15 minutos para ao menos empatar. Não deu. Morreu vítima da sua própria incompetência.
No jogo de volta vai ter de vencer por dois gols de diferença para salvar uma das mais melancólicas temporadas da história do clube.
FICHA DO JOGO
São Paulo 1 x 2 Juventude
Gols: Roberson, aos 9; e Chávez, aos 39 minutos do primeiro tempo; Roberson, aos 28 minutos do segundo tempo.
São Paulo: Denis, Bruno, Maicon, Lyanco e Carlinhos; João Schimidt (Michel Bastos), Hudson (Luiz Araújo) e Thiago Mendes; Kelvin (Gilberto), Chávez e Cueva. Técnico: Ricardo Gomes
Juventude: Elias, Neguete, William, Ruan e Pará; Bruninho, Vacaria (Wanderson), Felipe Lima (Lucas) e Wallacer; Roberson e Hugo (Caion). Técnico: Antonio Carlos Zago
Juiz: Wilton Pereira
Cartões amarelos: Ruan, Lyanco, Bruninho, Lugano
Cartão vermelho: Ruan
Renda: R$ 145.406,00
Público: 6.643 pagantes
Local: Morumbi